Sindicato liderado por irmão do Lula movimentou R$ 1,2B entre 2019 e 2025

Foto: Divulgação/Redes Sociais

O Sindnapi, sindicato de aposentados que tem Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como vice-presidente, movimentou cerca de R$ 1,2 bilhão entre 2019 e 2025. A informação consta em um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) enviado à CPMI do INSS, que investiga fraudes em descontos indevidos de benefícios previdenciários.

Segundo o documento, duas movimentações chamaram a atenção dos órgãos de fiscalização. A primeira envolve o pagamento de R$ 8,2 milhões a empresas pertencentes a familiares de dirigentes da entidade. A segunda se refere a R$ 6,5 milhões em saques e depósitos em dinheiro vivo, classificados pelo Coaf como de “difícil rastreamento”.

Entre os repasses identificados, estão R$ 3,2 milhões destinados ao escritório de advocacia do genro do ex-presidente do sindicato e R$ 2,7 milhões a uma empresa da qual a esposa do atual presidente é sócia.

O Sindnapi está no foco das investigações da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU), sendo apontado como uma das entidades que fariam parte do chamado “núcleo do esquema de fraudes” envolvendo descontos irregulares em aposentadorias e pensões do INSS.

As apurações seguem em andamento no Congresso e nos órgãos de controle. Até o momento, a direção do Sindnapi não se pronunciou oficialmente sobre as conclusões do relatório.

DIREITO DE RESPOSTA DO SINDNAPI

Após a quebra do sigilo fiscal do Sindnapi (Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos) no âmbito da CPMI do INSS, foram vazadas na imprensa informações de transações bancárias o Sindicato e seus dirigentes, obtidas a partir de Relatório de Inteligência Financeira expedido pelo COAF.

A esse respeito, o Sindicato, apesar de ter seu sigilo bancário exposto, direito conferido constitucionalmente a todos os cidadãos e organizações da sociedade civil, não vê qualquer problema, dado que, desde o início da deflagração da Operação Sem Desconto, vem se colocando à disposição das autoridades. Contudo, os dados vêm sendo distorcidos e divulgados de forma irresponsável e mal intencionada, procurando atingir a imagem e respeitabilidade do Sindicato e seus dirigentes, o que merece reparo, além de nosso repúdio.

As cifras, frequentemente mencionadas na casa dos bilhões de reais, consistem na soma de entradas e saídas ao longo de diversos anos, o que artificializa o real fluxo de caixa da entidade. Isso faz com que a população seja exposta à percepção, falsa, de que o Sindicato movimenta uma verba que não é compatível com a sua atividade e os serviços prestados no melhor interesse de seus associados e de toda a sociedade, dada a incansável luta da entidade em defesa da proteção social dos aposentados do Brasil.

Vejamos, no período de janeiro de 2021 a abril de 2025, o Sindnapi teve receitas de pouco mais de R$ 387 milhões oriundas dos descontos associativos e mais R$ 41 milhões de recebimentos de empréstimos e outras entradas, resultando num total geral de pouco mais de R$ 428 milhões. Considerando o mesmo período, o Sindnapi teve despesas de aproximadamente R$ 458.131.000,00, plenamente justificadas, contabilizadas e auditadas sendo que os principais itens correspondem ao programa Viver Melhor (60,30%), folha de pagamento (11,39%), honorários 4 advocatícios (7,43%), impostos (4,44%) e repasses para as 56 subsedes espalhadas pelo país (3,63%). A diferença de cerca de R$ 30 milhões entre receitas e despesas foi suportada pela poupança e investimentos que giraram na ordem de R$ 70 milhões.

Planilhas contábeis, balancetes, auditorias e contas bancárias estão à disposição da Suprema Corte do país, o que ratifica o interesse do Sindnapi em esclarecer os fatos para que se separe entidades idôneas das verdadeiras organizações criminosas. Por fim, manifestamos também repúdio à estratégia que foi mobilizada de vazar na imprensa informações que nem o Sindnapi e tampouco os seus advogados do Sindicato tiveram prévio acesso. Trata-se de expediente dedicado única e exclusivamente a confundir e depreciar o Sindnapi, e que em nada se coaduna com o exercício das liberdades comunicativas, essenciais para o Estado Democrático de Direito.

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