Pernambuco investiga seis casos suspeitos de intoxicação por metanol em bebidas adulteradas

Foto: Divulgação

A Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) divulgou, nesta sexta-feira (3), um novo boletim sobre a crise de saúde provocada pelas suspeitas de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas adulteradas. O número de casos sob investigação passou de quatro para seis notificações no estado.

De acordo com o levantamento, quatro pessoas sobreviveram e permanecem em acompanhamento médico, enquanto duas mortes estão sob análise laboratorial. Até o momento, nenhum dos casos foi confirmado oficialmente.

O boletim também registra notificações em dois novos municípios: Ipojuca, no Grande Recife, e Gravatá. Em Ipojuca, a paciente é uma mulher de 26 anos, residente em São Paulo, que apresentou sintomas como diarreia, falta de ar, vertigem, azia, dormência nos membros e formigamento na boca após ingerir gin. Ela está hospitalizada na cidade.

Já em Gravatá, um homem de 30 anos está internado após relatar dificuldade para enxergar depois de consumir uma bebida alcoólica destilada. O paciente procurou atendimento em Caruaru e segue sob cuidados de uma equipe multidisciplinar.

Os demais quatro casos já haviam sido divulgados anteriormente. Em Lajedo, foram notificados dois: um homem de 43 anos que morreu e outro, de 32, que recebeu alta com sequelas oculares. Em João Alfredo, um homem de 30 anos também faleceu. O quarto registro é de uma mulher de 35 anos, de Olinda, que apresentou problemas de visão.

Antídoto e ações emergenciais

Em resposta ao aumento dos casos suspeitos, o Ministério da Saúde, em parceria com as secretarias estaduais de Pernambuco e Sergipe, coordenou o envio de ampolas de etanol farmacêutico, substância utilizada como antídoto no tratamento da intoxicação por metanol. O material foi transportado pelo Grupamento Tático Aéreo (GTA) e distribuído aos hospitais da Restauração, no Recife, e Mestre Vitalino, em Caruaru, unidades de referência para o atendimento.

A SES-PE também anunciou a criação do Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE), que reúne especialistas em vigilância, urgência e emergência, regulação e vigilância sanitária. O grupo será responsável pelo monitoramento dos casos e pela coordenação das ações de resposta, como a ampliação de leitos e a organização da rede hospitalar para atendimento especializado.

Orientações e notificações

A secretaria reforça que pacientes com sintomas compatíveis com intoxicação devem procurar imediatamente um serviço de pronto atendimento, como as UPAs, para avaliação inicial.

Os casos suspeitos devem ser notificados ao Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs/PE), responsável pelo monitoramento e comunicação de potenciais emergências em saúde pública. O processo de notificação envolve ainda a Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa) e o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox-PE).

As autoridades alertam para a importância de evitar o consumo de bebidas alcoólicas de origem desconhecida ou sem registro sanitário, especialmente diante do risco elevado de contaminação por substâncias tóxicas como o metanol.

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