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| Foto: Divulgação/Redes Sociais |
Durante sua participação no 5º Fórum O Otimista Brasil, Ciro Gomes (PDT) anunciou que não será candidato à Presidência da República em 2026 e fez uma série de reflexões contundentes sobre o cenário político nacional, especialmente em relação à polarização entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL).
De maneira direta, Ciro afirmou que o presidente Lula, que estará com mais de 80 anos nas próximas eleições, deveria refletir seriamente sobre sua candidatura:
“O Lula está cansado. A vida chega para todos nós. Se tivesse um pouco de responsabilidade com o país, não seria mais candidato”, afirmou.
Segundo ele, a eventual saída de Lula da disputa poderia “descomprimir o quadro” político nacional, abrindo espaço para uma eleição mais plural, semelhante à de 1989, marcada por um grande número de candidatos com perfis diversos.
Ciro também voltou suas críticas para Bolsonaro, lembrando que o ex-presidente está inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No entanto, ele alerta que Bolsonaro pode repetir a estratégia do PT em 2018, quando Lula, preso na ocasião, lançou sua candidatura e, posteriormente, foi substituído por Fernando Haddad:
“O Bolsonaro pode se lançar de dentro da cadeia candidato a presidente, colocar a Michelle como vice, e dizer: ‘O Lula não fez isso em 2018? Por que eu não posso fazer?’”.
Segundo Ciro, tal cenário pode gerar comoção popular e ampliar a base de apoio bolsonarista, o que, na visão dele, seria um desdobramento perigoso e emocionalmente manipulado da política nacional.
O pedetista criticou também a ausência de alternativas consistentes à esquerda, alegando que Lula não permite o surgimento de novas lideranças no campo progressista:
“Só tem candidato pela direita. Porque o Lula, pela esquerda, não deixa nascer nada.”
Na lista de possíveis nomes da direita, Ciro mencionou Tarcísio de Freitas, Ronaldo Caiado, Eduardo Leite e Romeu Zema, diferenciando-os entre “bons administradores” e “desastres”, mas apontando que todos representam a manutenção do atual modelo econômico, que inclui câmbio flutuante, meta de inflação, autonomia do Banco Central e política de preços da Petrobras, aspectos que, segundo ele, tanto Lula quanto Bolsonaro mantiveram inalterados.
Ao se retirar da disputa, Ciro dá um sinal claro de desencanto com o ambiente político atual, mas sua fala reforça a necessidade, segundo ele, de reorganizar o debate público e romper com a polarização que, em sua visão, tem aprisionado o país em ciclos viciosos de estagnação e radicalismo.

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