Vídeo revela ex-gestor do sistema prisional de Pernambuco recebendo dinheiro no presídio de Igarassu; PF aponta propina

Foto: Divulgação/Redes Sociais

Um vídeo que circula nas redes sociais mostra André de Araújo Albuquerque, ex-secretário executivo de Administração Penitenciária de Pernambuco, recebendo maços de dinheiro e os guardando em uma sacola dentro do Presídio de Igarassu, na Região Metropolitana do Recife. A gravação, datada de 6 de setembro de 2024, teria sido registrada com câmera oculta no gabinete da unidade prisional.

André foi preso na semana passada, no âmbito das investigações da Polícia Federal, que apontam um esquema de corrupção envolvendo integrantes do sistema penitenciário estadual. De acordo com os investigadores, as imagens reforçam os indícios de que o ex-gestor recebia parte da propina arrecadada por meio da estrutura paralela de poder que operava no presídio. O caso já levou à prisão de oito policiais penais, incluindo o ex-diretor da unidade, Charles Belarmino de Queiroz, detido na primeira fase da operação, em 25 de fevereiro.

Segundo a perícia criminal federal, o vídeo foi encontrado no celular de Charles no dia de sua prisão. A suspeita é de que o ex-diretor tenha gravado o momento como forma de obtenção de prova para eventual chantagem contra André, que à época ocupava o segundo cargo mais alto da Secretaria de Ressocialização do Estado.

A entrega do dinheiro teria ocorrido durante uma reunião com a presença de Antônio de Souza Sobrinho, conhecido como “Sertanejo”, detento que exercia a função de chaveiro no pavilhão “F” da unidade e é apontado como uma das lideranças da estrutura ilícita que operava dentro do presídio.

André de Araújo Albuquerque foi exonerado do cargo em dezembro de 2024, após o avanço das investigações da Polícia Federal. Durante a atual gestão do Governo de Pernambuco, ele também atuou como superintendente de Segurança Prisional. Em administrações anteriores, no governo de Paulo Câmara, André ocupou diferentes cargos de chefia na área de segurança penitenciária.

A Polícia Federal segue aprofundando as investigações, que buscam mapear a extensão da rede de corrupção e suas conexões dentro e fora do sistema prisional.