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Foto: Divulgação |
O motivo do processo é uma denúncia apresentada pelo Partido Novo, que acusa o parlamentar de quebra de decoro por suposta agressão física a um militante do Movimento Brasil Livre (MBL). Segundo a representação, o deputado teria chutado e empurrado o militante nas dependências da Câmara, durante um episódio de confronto político.
O Conselho de Ética da Câmara aprovou, na última quarta-feira (8), por maioria de votos, o parecer do relator Paulo Magalhães (PSD-BA), que indicou haver indícios suficientes para a abertura de processo de cassação do mandato de Braga. A deliberação final, contudo, cabe ao plenário da Casa, que deverá julgar o caso em votação aberta.
Glauber Braga nega as acusações e denuncia o que chama de perseguição política e retaliação por parte da cúpula da Câmara. O deputado acusa o ex-presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), de ter influência direta na condução do caso, apontando que o episódio com o militante do MBL foi utilizado como pretexto para tentar retirá-lo do mandato.
"Estamos diante de uma farsa com roupagem jurídica para tentar calar uma voz de oposição e resistência no parlamento", disse o deputado em uma de suas declarações recentes.
Desde o início da greve de fome, Glauber tem passado as noites no plenário das comissões, local onde ocorreu a reunião que decidiu pelo avanço do processo contra ele. Para preservar sua saúde, a circulação de pessoas no local tem sido restrita, e visitantes são orientados a utilizar máscaras. Profissionais de saúde o monitoram periodicamente, realizando exames e acompanhando sua condição física.
Glauber Braga é conhecido por sua postura combativa e por críticas contundentes a figuras do centrão e da direita. Nos últimos anos, foi uma das vozes mais ativas na oposição a Arthur Lira e ao governo de Jair Bolsonaro. A condução do processo de cassação e os desdobramentos do caso devem repercutir fortemente no cenário político nacional, especialmente entre setores que discutem os limites da atuação parlamentar e a criminalização de ações políticas.
A situação de Glauber também chama atenção pelo simbolismo do jejum como forma de protesto político, o que remete a gestos históricos de resistência utilizados por lideranças sociais ao redor do mundo.
A Câmara dos Deputados ainda não definiu uma data para que o processo de cassação vá ao plenário. Até lá, o deputado mantém a greve e reforça que continuará resistindo em nome daquilo que considera um princípio de justiça e liberdade democrática.
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