Prefeito de Florianópolis cria projeto para "devolver" pessoas que chegam sem trabalho e moradia na cidade

Foto: Divulgação/Redes Sociais

 Um vídeo divulgado no último domingo (2) nas redes sociais do prefeito de Florianópolis, Topázio Neto (PSD), gerou ampla repercussão e levantou críticas sobre supostas práticas discriminatórias contra pessoas em situação de vulnerabilidade social. Na gravação, feita na rodoviária da capital catarinense, o prefeito afirma que aqueles que chegam ao município sem emprego ou moradia “recebem a passagem de volta”.

Segundo o gestor, a prefeitura instalou um posto avançado da assistência social no terminal para monitorar quem desembarca na cidade. Durante a gravação, ele afirma:
“Se chegou sem emprego e local para morar, a gente dá a passagem de volta”.

Topázio também declarou que mais de 500 pessoas já teriam sido “devolvidas” para suas cidades de origem e que a ação deverá ser intensificada durante o verão, período em que Florianópolis costuma receber um grande fluxo de visitantes.
“Não podemos impedir ninguém de tentar uma vida melhor em Florianópolis, mas precisamos manter a ordem e as regras”, acrescentou.

Em outro trecho, o prefeito citou o caso de um homem que teria chegado de outro município catarinense sem vínculos familiares ou suporte financeiro na capital. Ao mencionar que sua equipe identificou um parente para enviá-lo de volta, Topázio afirmou que encaminhará uma “denúncia” ao Ministério Público contra a administração da cidade de origem do homem, sob a alegação de que o envio teria sido deliberado.

As declarações repercutiram de forma intensa, principalmente nas redes sociais, onde foram levantadas críticas apontando que a prática descrita pelo prefeito poderia configurar discriminação contra pessoas em situação de pobreza, além de violar princípios básicos de assistência social e dignidade humana.

Organizações e especialistas em políticas públicas argumentam que o acolhimento de pessoas em situação de vulnerabilidade deve se pautar por políticas de inclusão, atendimento humanizado e respeito à cidadania, e não por medidas de expulsão.

Até o momento, a prefeitura de Florianópolis não divulgou nota complementar detalhando os critérios ou protocolos adotados pela equipe de assistência social na rodoviária.

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