Alemanha confirma aporte de 1 bilhão de euros ao Fundo Florestas Tropicais para Sempre

Foto: Divulgação/Agência Brasil

 A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, anunciou nesta quarta-feira (19), em Belém, que o governo da Alemanha confirmou o aporte de 1 bilhão de euros ao Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF). O montante já era aguardado desde a semana anterior, quando o chanceler alemão, Friedrich Merz, havia sinalizado, durante a Cúpula do Clima, que destinaria um valor “considerável” ao instrumento financeiro criado pelo Brasil.

Segundo Marina, o anúncio representa um reconhecimento internacional à estruturação do fundo, voltado para remunerar a manutenção das florestas tropicais. Com o novo aporte, os compromissos assumidos até agora ultrapassam os US$ 6,5 bilhões.

O TFFF combina investimentos públicos e privados e prevê repasses a países que abriguem florestas tropicais, incentivando políticas de preservação e conservação ambiental. A proposta estabelecida pelo Brasil busca captar US$ 25 bilhões de recursos públicos de nações investidoras, com a expectativa de atrair capital privado capaz de elevar o volume total a US$ 125 bilhões destinados à proteção desses biomas.

Lula na COP30
O anúncio ocorreu durante a passagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva por Belém, onde ele se reuniu com grupos negociadores da COP30 para avançar em consensos sobre adaptação climática, transição justa e a elaboração de um roteiro voltado à redução do consumo de combustíveis fósseis.

Lula, que esteve na abertura da conferência no dia 10 de novembro, retornou ao evento a dois dias do encerramento, em nova tentativa de destravar acordos multilaterais. Em declaração à imprensa, o presidente afirmou esperar que os países aprovem um entendimento que estabeleça diretrizes para a eliminação gradual dos combustíveis fósseis, responsáveis pela maior parte das emissões de gases do efeito estufa.

O presidente defendeu que cada país tenha autonomia para definir prazos e metas conforme suas condições, mas ressaltou a necessidade de demonstrar compromisso real com a redução das emissões. Ele também enfatizou que a agenda climática deixou de ser um tema restrito a especialistas e passou a representar um risco concreto à humanidade, exigindo ação coordenada.

Lula voltou a cobrar que nações ricas ampliem o apoio financeiro e tecnológico aos países em desenvolvimento e propôs novamente que bancos multilaterais convertam dívidas em investimentos ambientais.

Ao final das agendas em Belém, o presidente retornou a Brasília. Ele segue nesta quinta-feira (20) para São Paulo e, no dia seguinte, embarca para a Cúpula do G20, na África do Sul.

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