Inflação oficial estoura a meta e Banco Central terá que justificar ao governo

Foto: Divulgação

O Brasil ultrapassou oficialmente a meta de inflação estabelecida para 2025. De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgado nesta quinta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação acumulada em 12 meses chegou a 5,35%, acima do teto da meta, fixado em 4,5%.

Com o descumprimento da meta, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, será obrigado a enviar uma carta pública ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicando as causas do descontrole inflacionário e quais medidas serão adotadas para a retomada da convergência da inflação à meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Vilões da inflação

Embora o IPCA de junho tenha registrado uma alta de 0,24%, o principal impacto no índice mensal veio da energia elétrica, que subiu quase 3% devido à aplicação da bandeira tarifária vermelha.

Por outro lado, o grupo de alimentos e bebidas registrou a primeira queda em nove meses, com recuo nos preços de itens essenciais como arroz, frutas e ovos — o que ajudou a conter uma alta maior no índice.

Acumulado em 12 meses

No acumulado de julho de 2024 a junho de 2025, os principais grupos que pressionaram o índice foram:

  • Alimentos e bebidas: +6,66%

  • Educação

  • Transportes

Entre os itens de maior impacto individual no bolso do consumidor, a carne liderou com aumento expressivo, sendo um dos principais fatores por trás do estouro da meta inflacionária.

Próximos passos

A carta que será enviada por Gabriel Galípolo faz parte do arcabouço de responsabilidade do Banco Central quando há descumprimento da meta. Nela, além de justificar os motivos, o presidente da instituição deve apontar providências para reconduzir a inflação ao centro da meta no médio prazo.

O episódio reforça os desafios do governo federal e do Banco Central diante de um cenário de instabilidade de preços, aumento de tarifas e pressões setoriais, especialmente sobre produtos básicos e serviços essenciais.

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