STF inicia interrogatórios dos réus do núcleo central da trama golpista envolvendo Jair Bolsonaro

Foto: Divuglação/Agência Brasil

Teve início nesta segunda-feira (9) a etapa de interrogatórios dos réus do chamado “núcleo 1” da suposta tentativa de golpe de Estado investigada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), ocorrida durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Os depoimentos estão sendo conduzidos pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, e são transmitidos ao vivo pela TV Justiça.

O primeiro a ser ouvido é o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator no processo. Por sua condição de colaborador e pela relevância de seu depoimento, a oitiva de Cid deve ocupar todo o primeiro dia.

Na sequência, os interrogatórios seguirão em ordem alfabética, com os seguintes réus:

  • Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);

  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;

  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal;

  • Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;

  • Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;

  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;

  • Walter Braga Netto, general da reserva, ex-ministro e candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro em 2022.

Apenas Braga Netto será ouvido por videoconferência. Ele está preso preventivamente desde dezembro de 2024, sob suspeita de tentar obstruir as investigações e obter informações sigilosas da delação de Mauro Cid.

Os interrogatórios seguem até o dia 13 de junho. Além do relator, poderão formular perguntas o procurador-geral da República, Paulo Gonet, e os advogados de defesa. Em consonância com a Constituição Federal, os réus têm o direito de permanecer em silêncio, evitando a autoincriminação.

Essa fase representa um dos últimos passos da instrução processual. O julgamento que definirá pela condenação ou absolvição dos envolvidos deverá ocorrer no segundo semestre deste ano. Se condenados, os réus poderão enfrentar penas superiores a 30 anos de prisão.

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