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Foto:Divulgação/Redes Sociais |
No primeiro dia de interrogatórios promovidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito da investigação sobre a tentativa de golpe de Estado, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), fez revelações contundentes. Em seu depoimento, Cid afirmou que o ex-presidente recebeu, leu e editou uma minuta de decreto que previa a prisão de diversas autoridades e a instauração de um regime de exceção no país após o resultado das eleições de 2022.
Segundo Cid, o documento original continha uma lista de prisões a serem efetuadas, mas Bolsonaro teria feito alterações no texto, suprimindo a maioria dessas detenções. No entanto, o nome do ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal no STF e figura central nas investigações, foi mantido como alvo de prisão. A edição da minuta teria sido feita pessoalmente por Bolsonaro, evidenciando, conforme apontam os investigadores, o seu envolvimento direto nas tratativas golpistas.
O depoimento de Mauro Cid ocorre no contexto da série de oitivas conduzidas por Moraes entre os dias 9 e 13 de junho. Além de Cid, devem ser interrogados nomes centrais da gestão Bolsonaro, como o próprio ex-presidente, os generais Walter Braga Netto e Paulo Sérgio Nogueira, o ex-ministro Anderson Torres, e o ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem. As sessões são transmitidas ao vivo pela TV Justiça.
Mauro Cid figura como delator no processo, tendo firmado acordo com a Procuradoria-Geral da República. Sua colaboração é considerada estratégica para o avanço das investigações. A expectativa é que, encerradas as oitivas, o julgamento dos réus, incluindo Bolsonaro, ocorra no segundo semestre deste ano. Em caso de condenação, as penas podem ultrapassar os 30 anos de prisão.
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