“Brain Rot”: O que é e como o excesso de conteúdo digital afeta o cérebro

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O termo “brain rot”, em tradução livre “apodrecimento cerebral”, tem ganhado destaque nas redes sociais, especialmente entre jovens que relatam uma sensação de confusão mental, perda de concentração e desânimo após longos períodos de exposição a conteúdos rápidos e repetitivos, como os encontrados em plataformas como TikTok, Instagram Reels e YouTube Shorts.

Embora não seja um diagnóstico médico oficial, o “brain rot” já é apontado por especialistas como um reflexo preocupante do impacto do consumo excessivo e passivo de conteúdo digital no funcionamento cognitivo e emocional do cérebro humano.

Trata-se de um estado de fadiga mental associado à exposição constante a estímulos digitais rápidos e fragmentados. Pessoas afetadas relatam sintomas como:

  • Dificuldade de concentração;

  • Perda de interesse por leituras longas ou atividades cognitivas mais exigentes;

  • Falta de criatividade;

  • Sentimento de tédio crônico;

  • Redução da capacidade de memorização;

  • Ansiedade e irritação quando longe das telas.

O fenômeno não é novo, mas se intensificou nos últimos anos com a popularização dos conteúdos de curta duração que exigem pouca reflexão e oferecem gratificação imediata — uma combinação que, segundo neurocientistas, pode reprogramar o cérebro e afetar áreas responsáveis pela atenção e autocontrole.

De acordo com estudos em neurociência, o cérebro humano evoluiu para buscar novidades e recompensas. Plataformas digitais se aproveitam desse mecanismo ao oferecer, de forma contínua, conteúdos curtos e altamente estimulantes, que liberam dopamina — o neurotransmissor do prazer.

Entretanto, essa estimulação constante pode sobrecarregar o sistema nervoso e levar a um tipo de “exaustão cognitiva”. Com o tempo, o cérebro se torna menos tolerante a tarefas mais lentas ou exigentes, prejudicando a produtividade, o foco e até a motivação para atividades básicas.

A exposição prolongada a esse padrão de consumo digital tem sido associada ao agravamento de quadros como:

  • Ansiedade;

  • Transtorno de déficit de atenção (TDAH);

  • Síndrome de Burnout digital;

  • Insônia e alterações no ciclo do sono;

  • Baixa autoestima e dependência digital.

Para minimizar os efeitos do “brain rot”, especialistas recomendam algumas mudanças no estilo de vida digital:

  • Estabeleça limites de tempo de tela, especialmente em redes sociais;

  • Priorize conteúdos educativos ou reflexivos, que exijam raciocínio;

  • Pratique o ócio consciente, como caminhar sem fones ou meditar;

  • Retome o hábito da leitura prolongada, seja em papel ou digital;

  • Evite uso de telas antes de dormir, para preservar a qualidade do sono;

  • Desative notificações que interrompam a atenção constante.

O “brain rot” acende um sinal de alerta sobre como usamos nosso tempo online e os efeitos disso no longo prazo. Embora a tecnologia seja uma aliada poderosa, seu uso indiscriminado e passivo pode trazer consequências significativas à saúde mental, sobretudo em crianças, adolescentes e jovens adultos em fase de desenvolvimento cognitivo.

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