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ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou estar pronto para ser preso pela Polícia Federal (PF) a qualquer momento. A declaração foi dada em entrevista à revista americana Bloomberg, publicada nesta quinta-feira (30). Bolsonaro disse esperar ser acordado pelos agentes da corporação.
“Durmo bem, mas já estou preparado para ouvir a campainha tocar às 6h da manhã: ‘É a Polícia Federal!’”, afirmou o ex-presidente.
Indiciamentos e Investigações:
Bolsonaro já foi indiciado em três investigações distintas: a suposta tentativa de golpe de Estado, a fraude no cartão de vacinação e o caso das joias sauditas. A acusação mais recente ocorreu em novembro de 2024, quando a PF o indiciou por crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.
A situação se agravou em dezembro do mesmo ano, quando o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, foi preso por supostamente tentar obstruir as investigações. Ele teria buscado acesso à delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Comparações com Trump e Anistia:
Durante a entrevista, Bolsonaro se comparou ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que recentemente retornou à Casa Branca. “Eu fui esfaqueado aqui. Ele levou um tiro aí”, disse, referindo-se aos ataques sofridos por ambos durante campanhas eleitorais.
O ex-presidente também traçou paralelos entre a invasão ao Capitólio, em 6 de janeiro de 2021, e os atos de 8 de janeiro de 2023, em Brasília. Ele mencionou a anistia concedida por Trump aos envolvidos no episódio americano e demonstrou esperança de que o mesmo ocorra no Brasil.
“Eu fiquei muito feliz com a anistia que ele deu. Eu espero que não precisemos esperar eleger um conservador em 2026 para fazer o mesmo aqui”, declarou.
Estratégias Políticas e Pedido ao STF:
Apesar de estar inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bolsonaro afirmou ser o único nome capaz de derrotar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2026. “Hoje, eu sou a oposição contra Lula. Qualquer outro nome que concorrer tem um sério risco de perder”, disse.
Para viabilizar sua candidatura, Bolsonaro afirmou que pretende pressionar o Judiciário com o apoio de organizações internacionais. Além disso, ele revelou planos de pedir novamente ao Supremo Tribunal Federal (STF) a devolução de seu passaporte para comparecer ao congresso conservador CPAC, em Washington, no próximo mês.
Sobre as acusações feitas pelo tenente-coronel Mauro Cid em sua delação, Bolsonaro classificou as declarações como “absurdas” e afirmou que seu ex-ajudante de ordens estaria sofrendo pressão.