O rodízio eleitoral é sempre formulado pela necessidade causadora das demandas. Atualmente o 'calo' que fere e incomoda os cidadãos de dezenas de cidades pernambucanas é a insegurança. O crescente índice de violência deixou para trás temas de relevância semelhante, como corrupção, crise financeira e até mesmo escassez de água.
E se o tema é segurança o foco é justamente amenizar a problemática e respectivamente reforçar os discursos. No próximo ano, 2018, uma infinidade de políticos irão tomar com base a gestão das ações de segurança do Governo do Estado. E neste quesito, o tema favorece os dois teores discursivos (positivo e negativo).
Tomando como um exemplo mais próximo, em 2016 os candidatos a prefeito de Santa Cruz do Capibaribe centraram suas falas no tema, excepcionalmente o candidato oposicionista que se colocou como 'uma opção' para findar de uma vez por todas com o problema. Em contrapartida, o na época governo, hoje reeleito, desencadeou ações e falas que prometiam devolver para população a tão desejada e cara "sensação de segurança".
Agora, às vésperas de uma nova corrida eleitoral, oposicionistas montam palanques que são sustentados pelas colunas do mesmo assunto. Por outro lado, quem busca reeleger-se ou apoiar reeleições finca recursos finais e discursos no intuito de aparentar que o problema não é tão grave quanto de fato é, mesmo que seja de uma maneira temporária.
A aparente realidade imutável não deve sofrer alterações nos valores devido a recessão econômica. A segurança que, naturalmente deveria ser um direito primordial de todos e para todos, volta novamente a ser comercializada por um valor único e que até o mais pobre dos cidadãos dispõe, o voto. O agravante implica na condição dos vendedores, já que o lucro só pode ser obtido na venda por atacado e em caso de arrependimento da compra os consumidores não podem revogar a contratação do pacote. Sem contar o serviço que é isento de garantia por parte de todos os que o comercializam.
Por Bruno Muniz
Por Bruno Muniz


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