| Fotos: Bruno Muniz |
Na última quarta-feira (18), os vereadores de Santa Cruz do Capibaribe que compõem a Comissão de Combate à Seca; Afrânio Marques (PDT); Deomedes Brito (PT), Fernando Aragão (sp); Helinho Aragão (PTB); Klemerson Ferreira (Pipoca – PSDB) e Zezin Buxin (PSDB), estiveram no Ministério Público, na Capital Pernambucana, onde participaram de mais uma reunião com o intuito de sancionar o problema do abastecimento de água no município.
No encontro, mais uma vez pouca coisa ficou definida, devido ao posicionamento da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), esta que pediu novos prazos para ter um parecer concreto a respeito da escassez de água na Capital da Moda.
Durante os seus pronunciamentos, os vereadores foram bastante enfáticos, cobrando ações imediatas por parte da companhia, e especificando que o abastecimento por meio de carros-pipa está hoje totalmente fora de cogitação.
O vereador Klermerson Pipoca questionou a Compesa, bem como a representante do Ministério Público, sobre qual parecer ambos teriam para o município santa-cruzense, tendo em vista que após uma infinidade de reuniões, nada parece ter evoluído, deixando assim, toda uma população sem resposta.
‘’Qual o plano que a Compesa tem para Santa Cruz do Capibaribe? Porque é notório que Santa Cruz não dá para ser abastecida por carro-pipa, e quando fomos até Caruaru nos informaram que estava precisando de alguns reajustes para ter um aumento da reversão do Prata para o bairro Salgado, daí não haveria a possibilidade de mandar para Santa Cruz, porque se fosse ter a divisão, praticamente ambos (Santa Cruz e o Salgado) iriam ficar sem agua. Por tanto, só tem esse planejamento que é de carro-pipa? E a que ‘’pé’’ anda esta questão do Piranji, se vocês não tem quem informe, mas, que mandem alguém que possa dar uma resposta concreta para nós, porque até agora informaram que em uma audiência que tivemos que o projeto já estava pronto, que seria licitado, e até agora nós não vimos nada, então, o que vai acontecer com Santa Cruz do Capibaribe?’’, — indagou o presidente da Comissão, vereador Pipoca.
O vereador e presidente da Câmara, Afrãnio Marques também foi incisivo ao cobrar ações por parte da empresa pernambucana, de acordo com o mesmo, os responsáveis pela Compesa estariam se comportando com displicência, não cumprindo os acordos propostos e fazendo com quê os envolvidos perdessem tempo, precioso neste caso.
‘’O pessoal (da Compesa) não aparece, só aparece vocês, eles se escondem, só quem aparece são vocês que não tem poder de decisão, a gente até compreende, que aliás, como é divido por muitos setores, o setor que deveria ter poder de decidir algo não senta na mesa. A gente fica fazendo papel de tolos, porque se vocês observarem, sempre quem vem são sempre essas pessoas aqui, ninguém está questionando aqui que vocês não estejam se esforçando, mas, a Compesa não está tendo a devida responsabilidade com Santa Cruz do Capibaribe, não está. A prova é tanta, que nós questionamos vocês – ‘o que vocês tem de concreto para nós? A resposta é ‘não sei’, ‘não estou aqui’, ‘é em outro setor’, ‘é com outra pessoa’ – como é que iremos resolver alguma coisa? Quer dizer, nada caminha, neste momento nós não temos nada de informação’’, criticou o vereador Afrânio.
Devido ao constante abastecimento de água no município de Caruaru por parte da Compesa, o oposicionista Fernando Aragão ainda afirmou que o problema seria especificamente político, onde cobrou uma intervenção por parte do MPPE. Fernando foi além nas criticas contra à Compesa, afirmando que a empresa não teria um parecer favorável para o município, deixando uma população de mais de 100 mil habitantes à deriva.
‘’Já fomos até à Brasília vendo essa questão do Camevô, não tivemos resultados, eu inclusive durante uma Audiência Pública disse que a Compesa não tinha planejamento nenhum, proposta nenhuma para Santa Cruz, o responsável na época me chamou de mentiroso, mas eu provei pelo tempo que Compesa não tem de fato plano nenhum para Santa Cruz do Capibaribe’’, — ressaltou o vereador Fernando Aragão.
Deomedes se mostrou preocupado com o atraso no andamento de ações que possam sancionar os impactos causados pela estiagem na região do Agreste, estiagem esta que atinge diretamente a Capital das Confecções.
‘’A gente vê que em Jucarzinho está terminando a água, e não vemos essa reversão do Açude do Prata, adiantar, porque pelo que vejo, já deveriam estar adiantando. Santa Cruz hoje só chega água em 30% da cidade, onde eu moro mesmo não chega. A minha preocupação, é que logo essa água de Jucarzinho acaba, e eu não vejo um posicionamento por parte da Compesa, serei muito franco, é só conversa, um joga para um, o outro joga para outro, essa reversão de Paranji já deveria ter sido vista’’, — reclamou o vereador Deomedes Brito.
‘’De fato o município necessita de um volume maior de água, mas o que a população está nos cobrando é que, na pratica a água não tem chegado até os bairros, mas a conta chega. Qual a ideia que temos, uma equipe que de fato fiscalize esse volume de água, e fiscalize se realmente está chegando esses 125 mil litros cúbicos como estão dizendo. Esse volume foi o que sempre chegou em Santa Cruz do Capibaribe, e o que ficou acordado naquela audiência pública não está sendo cumprido, por tanto, se houver uma fiscalização, porque se chegar de fato o que sempre chegou, a população de Santa Cruz será abastecida tranquilamente’’, afirmou o vereador Helinho Aragão.
Um novo prazo ficou estabelecido para que a Compesa possa dar um parecer mais viável perante a crise hídrica vivida pelo município de Santa Cruz do Capibaribe, de forma que, ainda este mês, a empresa deverá se pronunciar por meio de documento sobre as medidas que tomará para solucionar o problema de abastecimento de água na cidade.
Além dos vereadores, dos representantes do Ministério Público e Compesa, estiveram presentes membros da entidades comerciais e empresariais de Santa Cruz, bem como, Moda Center, ASCAP e CDL.
Postar um comentário
Comentários ofensivos, preconceituosos e descriminatórios podem ser removidos pelos nossos administradores.