O domínio da língua

Toda espécie de animais, aves, répteis e criaturas do mar doma-se e é domada pela espécie humana; a língua, porém, ninguém consegue domar. É um mal incontrolável, cheio de veneno mortífero.

Tiago 3:7,8

Tudo o que existe em nosso universo veio a existir pelo poder da palavra, a palavra de Deus. Enquanto criava perfeitamente tudo, Ele ia falando: faça-se... faça-se! Deus falou e nosso mundo veio a existir! Quando ele formou o homem, a mais elevada das criaturas terrestre, Deus o abençoou com a capacidade de se comunicar, um de seus atributos compartilhado somente a nós e o dom de falar que objetivava abençoar o homem de forma especial, o desperta em um diálogo no Edem, a uma prepotência de querer ser o próprio Deus... O leva à queda, a confusão em Babel, as guerras e mesmo que os homens tenham frequentemente abusado de suas palavras, a capacidade de falar ainda é uma bênção, um privilégio que só o homem tem.

A fala está associada diretamente a audição, então se uma criança for deixada em um lugar onde ela não ouça alguém, ela não vai falar mesmo sendo seu aparelho fonador perfeito e a capacidade cerebral perfeita. Por outro lado acontece o contrário, mesmo que ela ouça bem, seja estimulada por seus pais a desenvolver a linguagem através da palavra, se o cérebro tiver algum problema, a linguagem falada não será reproduzida.

Nosso corpo é controlado por nosso cérebro, comprovado cientificamente, tudo que somos, toda nossa história, está lá, gravada em uma memória incrível que nos move, que nos faz ter sentimentos, que nos faz falar. Não falamos só por um mover da língua em nossa boca, mas falamos a partir do sexto mês de gestação, quando começamos a ouvir no ventre de nossa mãe e é lá que nossa língua como disse Tiago, começa a ser contaminada pelo inferno! Inferno social, inferno espiritual!

O bebê rejeitado, os lares violentos, a pregação da mentira enquanto somos formados e nos desenvolvemos, o preconceito ensinado, a humilhação ao próximo na sociedade, vai entrando em nosso cérebro através dos nossos ouvidos e nossos olhos e vai contaminando nosso agir, nosso falar, a nossa língua! Quando falamos, somos revelados do lado avesso, quando falamos revelamos nossa identidade espiritual, quando falamos, nos desnudamos perante a sociedade e por isso o alerta de Tiago, CUIDADO COM A LÍNGUA e como disse o próprio Jesus: “Pois a boca fala do que está cheio o coração”, ou mente ou memória, ou desejo. A Palavra não é pronunciada aleatoriamente, ela antes é gerada, pensada, arquitetada, na mente, no cérebro e logo depois expomos sentimentos ou a falta deles.

Toda nossa história influencia no que falamos e no jeito como falamos, mas a história das nossas palavras, da nossa língua, pode ser dividida em dois períodos, antes de Cristo, quando quem comandava nossa fala era nossa mente, através das informações gravadas nela e depois de Cristo, quando quem comanda nosso vocabulário é o próprio Cristo.

Ele é o cabeça da Igreja! Colossenses 1: 18
 NÓS AGORA TEMOS A MENTE DE CRISTO: I CORÍNTIOS 2;16)

Ainda segundo Tiago, do versículo 9 ao 12, é impossível ao Cristão, ter vida espiritual dupla, hora minha mente manda, hora a mente de Cristo manda. Quem tem a mente de Cristo muda de rumo, define-se, tem os mesmos objetivos do evangelho, larga na lixeira da memória, tudo que vai de encontro aos ensinamentos de Jesus. Não tem vida dupla e também não tem vocabulário duplo. Na igreja, piedosos, fora da igreja só escândalos, dentro da igreja abençoadores, em casa amaldiçoadores, isso não pode!

Aquele que tem a mente de Cristo não testemunhará mudanças apenas no falar, mas em todo seu agir como Cristão, a medida que nossa mente, que são nossas memórias, é trocada pela mente de Cristo, nossa boca falará com Cristo falou, nossos pés andará os caminhos que Jesus trilhou, nossas mãos se estenderão para abençoar, nosso coração se encherá de amor, assim como o próprio Jesus!

| Edmilda Queiroz |