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| Foto: Pixabay/Divulgação |
A busca por veículos seminovos voltou a ganhar força no Brasil, e isso impacta diretamente quem procura opções como um Megane usado ou outros modelos que combinam custo-benefício e menor depreciação.
Segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), o mercado de usados vive seu melhor momento em mais de uma década, registrando o maior número de transferências desde 2014.
O resultado confirma que, mesmo com desafios econômicos, o brasileiro segue priorizando o carro popular, acessível e com bom histórico de manutenção.
Transferências de usados atingem o melhor patamar em 10 anos
De acordo com o Relatório de Emplacamentos e Transferências da Fenabrave (2024), o volume de transferências de automóveis usados entre janeiro e outubro de 2024 cresceu mais de 11,3% em relação ao mesmo período de 2023.
Com isso, o setor atingiu o maior patamar desde 2014.
Principais números informados pela Fenabrave
●11,3% de crescimento nas transferências acumuladas no ano
●Cerca de 12 milhões de veículos usados mudaram de dono até outubro
●A relação entre vendas de usados e novos (5,6 para 1) continua sendo uma das maiores da série histórica
●Modelos com mais de 10 anos representam quase 60% das transferências
Esses dados mostram que o carro usado continua sendo a principal porta de entrada para grande parte da população brasileira no mercado automotivo.
Por que as vendas de usados cresceram tanto?
O aumento nas transferências não é aleatório. Há pelo menos cinco fatores estruturais que impulsionaram esse movimento em 2024:
1. Crédito ainda caro, mesmo com queda da Selic
Apesar das reduções na taxa básica de juros, financiamentos automotivos continuam com taxas elevadas.
Segundo dados do Banco Central (2024), o crédito para veículos usados opera, em média, acima de 24% ao ano.
Isso torna modelos novos menos acessíveis e direciona a demanda para veículos mais antigos.
2. Renda comprimida e inflação persistente
O IBGE aponta que a renda real do brasileiro cresceu, mas de forma lenta, enquanto a inflação de serviços, que inclui manutenção e transporte, continua pressionada.
Com orçamento limitado, o consumidor migra para a opção financeiramente viável: o carro usado.
3. Recuperação da produção de novos veículos
Com a normalização da fabricação após o período de gargalos logísticos, a Anfavea (2024) registrou aumento de produção.
Isso aqueceu o mercado como um todo e ampliou também a circulação de usados.
4. Aumento do uso de veículos para trabalho
Motoristas de aplicativo, entregadores e profissionais liberais impulsionam procura por veículos mais baratos, com custo de manutenção reduzido.
5. Mudança no comportamento do consumidor
O brasileiro passou a valorizar a durabilidade e manutenção previsível.
É por isso que modelos mais antigos, porém robustos, seguem valorizados, caso de sedãs médios como Corolla, Focus e Megane.
Faixa de preço mais procurada em 2024
Segundo a B3 Mobility (2024), que monitora transações de documentos veiculares:
●72% das transferências são de carros abaixo de R$ 40 mil
●Veículos acima de R$ 120 mil representam apenas 6%
●Modelos entre 10 e 20 anos são os mais populares
Esse padrão mostra que o brasileiro médio busca um carro funcional, acessível e com boa oferta de peças, perfil que favorece modelos usados que ainda mantém presença relevante no mercado.
Quais segmentos cresceram mais?
A Fenabrave detalha que quase todos os segmentos registraram alta, mas alguns se destacaram:
Hatch compactos
Segmento com maior volume. Destaques: Gol, Palio, Onix, Fiesta.
Sedãs médios
Crescimento acima da média pela busca por espaço interno e conforto. Exemplos: Corolla, Civic, Focus e Megane.
SUVs usados
Demanda crescente, mas preços mais elevados. Destaques: EcoSport, Duster, Renegade.
Comerciais leves
Crescimento impulsionado pelo aumento do e-commerce. Destaques: Fiorino, Saveiro, Montana.
O avanço é generalizado e mostra um mercado saudável e em recuperação.
O impacto das plataformas digitais e do varejo automotivo
Relatórios da OLX Autos (2024) e dados do próprio setor automotivo destacam que mais de 80% dos compradores começam a jornada online.
Portais de classificados, marketplaces e concessionárias digitalizadas reduziram o atrito na negociação, o que aumentou o volume de transferências formalizadas.
Tendências observadas nas plataformas:
●Crescimento de buscas por carros entre R$ 20 mil e R$ 40 mil
●Aumento da procura por veículos com histórico de manutenção documentado
●Maior demanda por motorizações 1.0, 1.4 e 2.0 aspiradas
Esse movimento coincide com o aumento das transferências captado pela Fenabrave.
O caso dos sedãs médios: por que estão ganhando força novamente
Sedãs médios, um segmento que perdeu espaço para SUVs nos últimos anos, voltaram a ser valorizados no mercado de usados.
A explicação está no custo-benefício.
Vantagens citadas por analistas do setor (Fenauto, 2024):
●Mais espaço interno
●Maior conforto na cidade e estrada
●Conjunto mecânico durável
●Preço competitivo no mercado de usados
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| Modelo Renault Megane: Foto: Divulgação |
Nesse contexto, modelos como o Renault Megane, mesmo fora de linha, seguem atraentes para quem busca um veículo seguro, confortável e barato de manter.
Como o aumento nas transferências afeta o consumidor?
O movimento de alta no mercado de usados tem impactos diretos:
- Valorização gradual dos usados bem conservados
- Com maior procura, modelos com manutenção em dia passam a receber ofertas mais altas.
- Mais concorrência entre compradores
- Encontrar boas oportunidades exige rapidez na negociação.
- Revisão e histórico se tornam fatores decisivos
- Com mais compradores atentos, carros com histórico incompleto perdem liquidez.
- Aumento da oferta de financiamento para usados
- Bancos e financeiras ampliaram linhas de crédito para veículos acima de 10 anos.
- Acompanhamento mais próximo da tabela Fipe
- Modelos que antes eram depreciados agora mantêm valor por mais tempo.
Perspectivas para 2025
A Fenabrave projeta que 2025 deve manter um ritmo elevado de transferências, considerando:
●Desaceleração gradual da inflação
●Redução lenta, porém contínua, da Selic
●Maior oferta de crédito
●Crescimento dos serviços e do trabalho informal
●Expansão das plataformas digitais de compra e venda
Se o cenário se confirmar, o mercado de usados seguirá como principal motor do setor automotivo brasileiro.
Conclusão
O aumento das transferências de veículos usados ao maior nível desde 2014 reflete não apenas uma reação econômica, mas também uma mudança na forma como o brasileiro se relaciona com a mobilidade.
Em um contexto de crédito caro, renda limitada e necessidade crescente de uso profissional do carro, o veículo usado volta a ser protagonista.
Para quem busca opções como um Megane usado ou outros modelos com bom histórico e preço acessível, o momento é favorável, mas exige atenção redobrada na avaliação do veículo, documentação e manutenção.
Tudo indica que o mercado seguirá aquecido em 2025, consolidando os usados como a face mais forte do setor automotivo brasileiro.


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