CPI do INSS tem na pauta convocações que miram governos Lula e Bolsonaro

Foto: Divulgação/Agência Senado

Reunião desta terça-feira inclui pedidos que atingem gestões de Lula e Bolsonaro e pode definir rumos da investigação sobre fraudes previdenciárias.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do INSS realiza reunião nesta terça-feira (26) para analisar uma série de requerimentos que prometem intensificar o embate entre governo e oposição. Entre os principais itens da pauta estão pedidos de acesso a investigações sobre fraudes previdenciárias e convocações de ex-ministros e ex-presidentes do instituto que atuaram desde 2012, abrangendo as gestões de Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro.

O relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), propôs ouvir Carlos Lupi, ex-ministro da Previdência de Lula até maio deste ano, e Carlos Gabas, que ocupou a pasta em gestões petistas anteriores. Também foram incluídos nomes ligados ao governo Bolsonaro, como José Carlos Oliveira, ex-ministro do Trabalho e Previdência, além de ex-presidentes do INSS, entre eles Renato Rodrigues Vieira, Alessandro Stefanutto, Glauco Wamburg e Guilherme Serrano.

A pauta contempla ainda solicitações envolvendo órgãos de controle e investigação, como Polícia Federal e Controladoria-Geral da União (CGU). No entanto, não há garantia de que todos os pedidos serão votados na sessão: acordos internos podem priorizar alguns requerimentos e adiar outros.

Estratégias em disputa
Após perder a presidência e a relatoria da CPI, o governo busca reorganizar sua base para reforçar a tese de que as fraudes começaram antes do atual mandato e ganharam maior dimensão durante a gestão Bolsonaro. A estratégia inclui proteger o ministro da Previdência, Wolney Queiroz, e direcionar questionamentos a ex-presidentes do INSS nomeados pelo governo anterior.

Por outro lado, a oposição pretende concentrar esforços em figuras ligadas à atual gestão, tratando a convocação de Carlos Lupi como prioridade. Além disso, opositores defendem a convocação de ex-presidentes do terceiro mandato petista e mencionam o nome de Frei Chico, irmão de Lula, ligado ao Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), citado em relatório da CGU. Frei Chico não é investigado, e o sindicato nega qualquer irregularidade; sua convocação não consta na pauta desta reunião.

Aliados de Bolsonaro também protocolaram pedidos de informações ao Supremo Tribunal Federal (STF), CGU, Tribunal de Contas da União (TCU) e ao Ministério da Previdência, alegando que as irregularidades não teriam sido contidas pela atual gestão.

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