Governo brasileiro promete reação diplomática e institucional à tarifa de 50% imposta por Trump

Foto: Divulgação/Agência Brasil

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, afirmou neste domingo (13) que o governo federal vai atuar com firmeza para reverter a tarifa de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre os produtos importados do Brasil. O anúncio da sobretaxa, feito na última quarta-feira (9), gerou forte repercussão e é considerado pelo governo brasileiro como injustificado e prejudicial para ambos os países.

Vamos recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC). Essa medida não tem sentido e prejudica até mesmo o consumidor norte-americano. Ela é inadequada e injustificável”, declarou Alckmin, durante a inauguração do Novo Viaduto de Francisco Morato, em São Paulo.

Lei da Reciprocidade e diálogo com setor privado

Segundo o ministro, o governo também estuda aplicar a Lei de Reciprocidade Econômica, sancionada em abril deste ano, que permite suspender concessões comerciais e obrigações relacionadas à propriedade intelectual em resposta a medidas unilaterais que afetem a competitividade brasileira.

Alckmin adiantou que, nos próximos dias, reuniões serão realizadas com o setor privado, especialmente os mais afetados pela decisão de Trump, como os segmentos de carne bovina, café, açúcar e suco de laranja.

Contexto e reação à carta de Trump

O anúncio da tarifa veio por meio de uma carta oficial enviada por Donald Trump ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com justificativas de cunho político. O norte-americano cita diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro, que responde a processos no Supremo Tribunal Federal (STF), e condena o tratamento dado ao ex-mandatário e seus apoiadores no Brasil.

“O Brasil e os Estados Unidos têm uma integração produtiva, são parceiros comerciais e têm uma relação de 200 anos de amizade. O mundo precisa de estabilidade e previsibilidade. Não se justifica esse tipo de retaliação”, reforçou Alckmin.

Medida interna: IPI zero para carros sustentáveis

Ainda durante a coletiva, Alckmin destacou uma medida de estímulo interno: a isenção do IPI para carros sustentáveis, implementada por meio de decreto assinado pelo presidente Lula na última quinta-feira (10). O benefício faz parte do Programa Nacional de Mobilidade Verde e Inovação (Mover) e deve reduzir em até R$ 12 mil o preço de carros populares sustentáveis, desde que atendam a critérios como baixa emissão de CO₂, uso de materiais recicláveis e produção nacional.

Para o governo, a medida une avanço ambiental, incentivo industrial e impacto social, ao tornar veículos mais limpos financeiramente acessíveis à população.

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