General do exército Mário Fernandes alega autoria de plano que previa assassinato de Lula, Alckmin e Moraes: “pensamento digitalizado”

Foto: Divulgação/Redes Sociais

Durante interrogatório no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (24), o general da reserva Mário Fernandes, ex-secretário executivo da Secretaria-Geral da Presidência no governo Jair Bolsonaro (PL), confirmou ser o autor do chamado “Plano Punhal Verde e Amarelo”, documento que previa o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro do STF Alexandre de Moraes.

Segundo o militar, o plano não passava de uma “análise de riscos” e refletia apenas “um pensamento pessoal digitalizado”. Ele afirmou que o conteúdo nunca foi compartilhado nem apresentado a qualquer pessoa.

“Na verdade, esse arquivo digital nada mais retrata do que um pensamento meu, que foi digitalizado. Um compilado de dados, uma análise de riscos que eu fiz e, por costume próprio, resolvi, inadvertidamente, digitalizá-lo. Não foi apresentado a ninguém esse pensamento digitalizado e não foi compartilhado com ninguém. Absolutamente ninguém”, declarou.

Fernandes também disse que se arrepende de ter criado o documento, e contou que chegou a imprimi-lo para facilitar a leitura, mas que em seguida o destruiu.

“Hoje eu me arrependo de ter digitalizado isso. Mas não passa de um compilado de dados. A visão de um militar, uma análise de situação. Apenas isso. [...] Cheguei a imprimir. Por um costume pessoal, de evitar ler o documento na tela. Mas imprimi para mim e logo depois rasguei.”

Documento foi impresso no Palácio do Planalto, diz juiz

Durante a audiência, conduzida pelo juiz auxiliar do STF Rafael Henrique, o magistrado confrontou o general com uma informação técnica: o plano teria sido impresso no Palácio do Planalto, e 40 minutos depois, Fernandes esteve no local.

O militar, no entanto, negou qualquer relação entre os fatos.

“Reforço, ratifico: impossível. Eu imprimi para ler em papel, para não forçar a vista. Após isso, rasguei. [...] Mas eu não levei, não apresentei, não compartilhei esse arquivo, seja ele impresso ou digital, a ninguém.”

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