Cientistas "ressuscitam" lobo extinto há mais de 10 mil anos com tecnologia de edição genética


Um feito inédito na história da biotecnologia foi anunciado nesta segunda-feira (7): cientistas da empresa norte-americana Colossal Biosciences conseguiram trazer de volta à vida uma espécie extinta há mais de 10 mil anos , os chamados lobos-terríveis (Canis dirus). O projeto, iniciado em 2021, utilizou técnicas avançadas de edição genética para ressuscitar a espécie icônica do Pleistoceno.

Os primeiros exemplares renascidos nasceram em outubro de 2024 , fruto de um processo meticuloso de recuperação genética. São dois machos batizados de Remus e Romulus , em referência aos irmãos fundadores de Roma da mitologia, que foram amamentados por uma loba. Além deles, uma filhote fêmea chamada Khaleesi , homenageando a personagem de Game of Thrones , completa o grupo. A pequena Khaleesi tem apenas três meses de idade.

O projeto começou em 2021 , quando uma equipe de cientistas conseguiu extrair DNA preservado a partir de fósseis de lobos-terríveis encontrados em permafrost. Usando tecnologia de ponta de edição genética, os pesquisadores modificaram 20 genes de lobos cinzentos modernos (Canis lupus ) para reintroduzir características essenciais dos lobos-terríveis, como sua estrutura física robusta e adaptações específicas ao ambiente glacial.

Após editar o genoma, os cientistas criaram embriões sintéticos a partir das células manipuladas e os implantaram em mães substitutas , lobas cinzentas que serviram como hospedeiras durante a gestação. Essa abordagem permitiu o nascimento dos novos exemplares.

Embora os lobos-terríveis compartilhem algumas semelhanças visuais com lobos cinzentos e chacais modernos, eles possuem uma linhagem genética distinta , separada por milhões de anos de evolução. Diferentemente de lobos cinzentos e chacais, que podem gerar descendentes híbridos com outras espécies caninas, não há evidências de cruzamento entre lobos-terríveis e outros canídeos na natureza.

A Colossal Biosciences afirma que o objetivo do projeto vai além de simplesmente "ressuscitar" espécies extintas. Os cientistas esperam que os lobos-terríveis possam ajudar a restaurar ecossistemas antigos, desempenhando seu papel original como predadores de topo em ambientes onde suas presas ainda existem ou podem ser reintroduzidas. Além disso, este projeto serve como um marco para futuras iniciativas de conservação e bioengenharia, incluindo esforços para salvar espécies atualmente ameaçadas de extinção.

Agora que os primeiros exemplares nasceram, os cientistas planejam monitorar cuidadosamente seu desenvolvimento físico e comportamental para garantir que eles sejam saudáveis e viáveis. A longo prazo, a Colossal Biosciences espera criar uma população estável de lobos-terríveis e explorar a possibilidade de reintroduzi-los em habitats controlados.

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