Aparentemente a classe política em Santa Cruz do Capibaribe está destoada do que vem acontecendo no país e no mundo durante este período de pandemia. Os referidos acontecimentos vão além do coronavírus e tratam de democracia, intolerância e racismo. Com as recentes mortes do americano George Floyd e do brasileiro João Pedro, protestos passaram a acontecer em todo o mundo e o debate também ganhou as redes sociais.
Além de posicionamentos sobre grandes nome da política nacional, os debates entorno do Movimento Negro também estão escaços em Santa Cruz do Capibaribe. Monitoramos constantemente as redes sociais dos políticos do município – sejam eles com mandatos ou não – e se há uma grande dificuldade neste sentido é encontrar alguma dessas personalidades que levantem alguma bandeira relacionada ao tema, seja em suas próprias redes ou em entrevistas concedidas a meios de comunicação.
Como líderes, influenciadores que são, espera-se da classe política uma maior atenção para temas que correspondem a demandas sociais, como é o caso do racismo por vezes enraizado no DNA de parte da sociedade. Essa ausência de políticas voltadas para esses temas é um claro sinal de que boa parte da classe política está despreparada para representar o povo ou, no mínimo, entender quais são as dores de muitos cidadãos. Quanto mais cresce o debate que endossa as políticas partidárias, se diminui as políticas públicas.
Por Bruno Muniz