“Cidadão e cidadania”


Condição de pessoa que, como membro de um Estado, se acha no gozo de direitos que lhe permitem participar da vida política e decisiva do mesmo. O significado de “Cidadania” é bem simples e de fácil entendimento. Contudo, achar-se no gozo de ter direitos garantidos é diferente de exercer a cidadania em todos os sentidos.

A cidadania não se resume apenas no contexto de votar. Mas amplia-se quando colocamos em práticas atitudes enquanto cidadão. Votar, participar do Estado, cumprir deveres, exercitar o bom senso e aceitar aos outros em comodidade com o espaço que cada um possui na constituição de um país.

Atualmente, o termo “cidadão” acontece a cada quatro anos ou quando manifestações tomam as ruas em busca de melhorias pelo município, estado e/ou país. Contudo, deixamos de exercer o mesmo dentro de casa e fora do lar. Impor sua posição, pressionar de forma esmagadora a posição de outros e esquecer que todos temos direitos iguais e devemos respeito a qualquer um sem contraposição de cor, raça, posição e classe social.

Alguns exemplos são nítidos e vem até mesmo da cultura popular brasileira disseminada desde tempos mais remotos. Por exemplo, já parou pra pensar se um médico ou advogado realmente é um doutor? Viemos da nossa antiga cultura e disseminamos alguns contextos e termos que nos colocam em praticidade da desigualdade. Retomando a pergunta feita acima, doutor é somente aquele quem possui titulação adquirida em instituições de ensino que oferecem curso de Doutorado. Assim, uma pessoa que se forma em medicina ou direito, não é doutor até ser outorgado com doutorado por uma instituição de ensino superior.

Deixamos de exercer a cidadania em todos os contextos todos os dias. Jogamos lixo em vias públicas porque tem “alguém que trabalha pra limpar as ruas”. Furamos a fila para pagar contas porque “temos um conhecido ali no meio” e não respeitamos a vez do outro falar já que a sua vez de falar já passou e isso era o que importava. Ignoramos o direito do outro quando nos achamos dignos de fazer tudo que bem entendemos. Quem somos e para onde vamos? Como chegaremos em uma nação unida e propositalmente igualitária se nos distanciamos uns dos outros?

Mais uma época de eleição chegou. Os números mostram crescente aumento da quantidade de eleitores. Sejam adolescentes, adultos e idosos, vamos em mais um ano às urnas exercer a “cidadania utópica” ao qual embrenhamos em nossas mentes e creditamos estar sendo corretos e éticos quando vendemos nossas responsabilidades, nossa competência e nosso dever por alguns poucos reais. É claro e nítida a situação econômica de muitos que necessitam, mas vergonhoso aos candidatos que sujam suas mãos e emporcalham um governo com compra de votos favoráveis no momento da necessidade de cidadãos desempregados e sem condições que permitam sustentar suas famílias. Trazer um discurso de ética e moral para que não se venda o voto para um candidato que prefere comprar a batalhar 4 anos em prol da garantia de seu trabalho creditado em discursos e conhecimento das condições socioeconômicas é tempo jogado fora. A consciência de cada garante 4 anos de miséria, abandono ou 4 anos de trabalho eficaz do poder público e melhoria das condições sociais. Um voto, um único voto pode fazer toda a diferença. E a distância do governo ruim para o governo trabalhador não chega a um centímetro.

Então, esteja totalmente consciente que seu voto é genuíno, claro, conciso e verdadeiro. Saiba que somos sempre conjuntura de um corpo que vive porque cada um de nós existimos e clarificamos nossa cidadania sem corrupção no dia a dia, para que assim possamos ser capazes de cobrar igualdade e decência no poder público. A consciência política é uma ilusão quando a esperança se desfaz num falso voto e quando somos comprados por ações privadas de nosso ego.

Por: Adriano Gomes

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