Sem embasamento jurídico, deputados citam parentes ao votar pelo Impeachment


Se confirmando as previsões, a Câmara dos Deputados votou e aprovou neste último domingo (17), o Impeachment da presidenta Dilma Rousseff. O fato mais curioso e que chamou atenção, não foi o placar. O assunto mais comentado entre as pessoas e também nas redes sociais foi a justificativa da maioria dos deputados que votaram a favor do afastamento da presidenta. 
''Pelo meu filho, minha filha, minha esposa, minha família, minha cidade, meu estado... Eu voto sim'', diziam muitos.
Sabemos que o julgamento foi bem mais político do que jurídico. Apesar da acusação principal do Impeachment ser as pedaladas fiscais e o crime de responsabilidade, esses argumentos não foram citados para justificar o voto pelo afastamento. Até porque ficaria difícil para quem estava acompanhando o processo, entender que a presidenta estaria sendo afastada por um recurso utilizado pelos presidentes que o antecedeu e por boa parte dos governadores e prefeitos. Pensando nisso, a oposição e parte da impressa, trabalharam para associar a Dilma a Operação Lava Jato e também a Crise Econômica para terem o apoio da população.

O erro de Dilma foi não ter feito o jogo político que todo gestor faz para manter o apoio do legislativo, ela fez justamente o inverso. E como os deputados estão acostumados nas vantagens por serem aliados do governo, não tinham mais acordos para manter a petista no poder. 

Por outro lado, sabemos que com a saída de Dilma, o comando do país ficará totalmente nas mãos do PMDB. Presidência, vice, Câmara e Senado. E com todo poder nas mãos, haverá todos os meios para livrar Eduardo Cunha dos processos que o mesmo enfrenta, assim como toda Operação Lava Jato corre o risco de ser engavetada. Espero que tanto o Judiciário, como a população, estejam atentos a isso.

Por: Marciel Aquino

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