Morre a esperança do povo brasileiro


Neste dia 02 de novembro, onde lembramos com mais intensidade a perda de entes queridos, onde geralmente os cemitérios se enchem de gente para levar uma lembrança para pessoas que já se foram, aproveitamos esse dia, para abordar a atual situação política brasileira. Estamos vivendo momentos de luto em relação à esperança do povo brasileiro, a descrença nos políticos e nas instituições é grande e preocupante. 

Ao eleger Luis Inácio Lula da Silva (PT), em outubro de 2002, não só a classe dos mais pobres e Nordestinos, mas também grande parte do povo brasileiro, principalmente os formadores de opinião e os movimentos sociais, nascia com Lula uma nova esperança, após as decepções com os Fernandos. 

Podemos dizer que tivemos grandes avanços com a chegada de Lula ao poder, principalmente na área social, habitação e educação. Porém o sentimento de ter elegido uma pessoa simples; um retirante nordestino e sobre tudo que combatia a corrupção e a distribuição de renda, acabou com as denúncias e os escândalos do mensalão. Morreu antes do término de seu primeiro mandato, sendo assim,apesar de todas as denúncias e descrédito de boa parte do povo brasileiro, Lula já tinha se tornado um mito principalmente pelas classes mais baixas e dos nordestinos. Tal legado permitiu a Lula um segundo mandato e ainda reeleger seu sucesso político. 

A esperança adormecida com Lula renasce com a chegada de uma mulher com uma história de lutas e resistências. Mesmo em um país machista e preconceituoso, o povo brasileiro concede mais uma chance ao PT, elegendo a primeira mulher para o maior cargo de uma nação. Com Dilma Rousseff, a nação brasileira vê a esperança da continuação dos avanços conquistados por Lula, e principalmente o fim das práticas políticas cometidas pelos presidentes a antecederam. 

A nossa esperança era que por não ser uma política tradicional, com práticas e costumes dos políticos brasileiros, Dilma por ter um perfil técnico e não político, nos fez acreditar que tudo seria diferente. E essa esperança e confiança era tão grande, que o povo brasileiro e principalmente o nordestino concedeu a Dilma uma segunda opção para mostrar que iria fazer um governo diferente.  Em sua campanha em outubro de 2014, Dilma pediu ao povo uma nova chance para continuar as mudanças que Lula iniciou, prometeu e vendeu ilusões e coisas que grande parte do povo brasileiro sabia que não teria condições de cumprir. 

Hoje podemos dizer que essa esperança morreu, na opinião da grande maioria dos brasileiros. Não apenas no PT, em Lula ou Dilma, mas na maioria dos políticos, nas instituições e até mesmo na justiça?Essa desconfiança é registrada em recentes pesquisas realizadas.

Na pesquisa de opinião do instituto CNT/MDA veio confirmar a rejeição dos brasileiros ao Governo Dilma. Segundo o levantamento, apenas 8,8% dos entrevistados têm uma avaliação positiva sobre o seu Governo, contra 70% que o rejeitam. Se por um lado a população se afasta da presidenta, por outro, não aumenta o apoio a nenhuma alternativa atual. Se uma nova eleição para presidente acontecesse hoje no país, nenhuma opção de liderança da política atual agradaria os eleitores. Nem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, visto como o grande salvador do PT nos momentos de crise, nem qualquer um dos opositores que poderiam entrar na disputa contra ele. Em meio à crise política atual, o Brasil procura um novo líder, algo que diversos nomes importantes do cenário político admitem, em uma análise de seus próprios partidos.

Em outra pesquisa divulgada pelo Ibope realizada em 26/10, mostra que a rejeição aos nomes mais conhecidos do cenário político cresceu independente do partido. Aécio Neves, o nome do PSDB que disputou, e quase ganhou a disputa contra Dilma em 2014, por exemplo, que vem trabalhando pelo impeachment da presidenta, viu sua rejeição subir de 42% para 47%. Outros caciques tucanos que poderiam concorrer em 2018, como o  senador José Serra, rejeitado por 52% do eleitorado e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, rejeitado por 54%.

| Por: Marciel Aquino |

(As opiniões aqui expressas são de total responsabilidade do colunista idealizador.)

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