''A espera de um milagre''

Foto: Marcelo Taulbert
O assunto não poderia ser outro, não só em Santa Cruz do Capibaribe, centenas de municípios em todo o Nordeste do Brasil vivem hoje estado de calamidade pública, mesmo que ainda existam aqueles que se pronunciem afirmando que ''tudo está sob controle'', não, não está.

O que temos visto e ouvido? Hospitais e unidades de atendimento ''rápido'' abarrotadas de vítimas acometidas de uma série de doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti, este que foi subestimado, mas já deu demonstrações claras que de ser um problema grande para qualquer ser humano, podendo em alguns casos provocar até mesmo a morte.

Os governantes de municípios e Estado se viram como podem, porém diante de tantos transtornos, fica cada vez mais inviável apontar culpados e desenvolver desculpas, estas que quase sempre não são nem de longe o que os cidadãos desejam ouvir.

O ''ainda pode piorar'' deixou de ser um ditado e se transformou em uma afirmação, investigações médicas começam a colocar a Zika Vírus como possível causa para outras doenças, como a microcefalia, enfermidade que danifica os crânios de fetos, podendo inclusive levar ao falecimento. A seca que só aumenta, coloca-nos em dúvida sobre até quando teremos água, água esta que se torna um elemento cada vez mais procurado pelo mosquito transmissor das viroses no interior de residências.

Não existe neste momento, uma explicação nem justificativa que tranquilize a população dos municípios atingidos pela epidemia de viroses, simplesmente porque, vivemos pautados naquilo que vemos, naquilo que os nossos olhos podem contemplar, e no momento o que contemplamos não é favorável a nossa tranquilidade.

Precisamos agora, de ações direcionadas para o tratamento dos doentes, para que haja uma diminuição razoável no acumulo de pessoas em unidades de saúde, daí então, um parecer mais embasado poderá ser determinado, e posteriormente iniciadas ações realmente eficazes para com o combate ao mosquito, e isso não será uma ação de curto prazo, mas deve ser feita planejada desde já.

Por fim, hoje podemos declarar que os culpados diretos não são os secretários; vereadores; prefeitos; governantes e afins, os culpados são os próprios cidadãos em sua grande maioria, o dito povo, este que quase sempre se acomoda e não busca soluções realmente sensatas para os seus problemas pessoais, excepcionalmente quando o assunto é votar, eleger outras pessoas que assim possam representá-los.

Aqueles que foram eleitos para representarem a população, hoje observam atônitos a esta epidemia, tanto quanto a própria população, e sozinhos eles nada podem fazer. Este problema que agora enfrentamos, é um problema de responsabilidade da sociedade civil, e ele só poderá ser resolvido satisfatoriamente se toda ela se der conta disso, caso contrário, não apenas neste quesito, mas em todos os outros, viveremos sempre esperando por milagres.

| Por: Bruno Muniz |

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