Governo Dilma

Os problemas do segundo governo da presidenta Dilma Rousseff (PT), já começaram ao longo de sua campanha. Desde o próprio Partido dos Trabalhadores, que teve companheiros que chegaram a trabalhar o nome do ex-presidente Lula como candidato a presidente no lugar de Dilma. Depois aconteceram muitos fatores negativos durante a campanha, que fez com que muitos partidos políticos abandonassem o projeto de reeleição da presidenta.

Foi uma campanha de baixo nível e que em determinado tempo, Dilma chegou a perder na intenção de votos, tanto para Marina, como para Aécio. E um dos grandes erros da campanha de Dilma, foi atacar Marina e depois não a procurar para tentar um possível acordo em prol da governabilidade. A disputa no segundo turno foi muita acirrada e ao sair o resultado o Brasil ficou praticamente dividido ao meio.

O comando da campanha partiu para o tudo ou nada e não se preocupou com o apoio dos parlamentares. E depois do resultado foi confirmado que Dilma não teria maioria segura na Câmara dos Deputados. Desde o governo Lula que o senado é propriedade do PMDB, primeiro com José Sarney e depois com Renan Calheiros.  Depois a maior derrota do governo e do PT, foi ter lançado candidato à presidência da Câmara, sem ter votos para vencer. E ao bater chapa com Eduardo Cunha, que já não morria de amores por Dilma, ficou ainda mais rancoroso e desde que assumiu o comanda da câmara, não deu sossego ao governo.

Infelizmente políticos que são eleitos para trabalhar pelo País e para o bem comum do cidadão, governam em causa própria. Cada um tem seus interesses próprios, tanto na “base aliada”, como na oposição. Aí vemos pessoas da oposição, como o ex-presidente FHC, defendendo Dilma, enquanto deputado do partido do vice-presidente trabalha para a queda da presidente, no caso, Eduardo Cunha (PMDB).

O Brasil está em crise, os brasileiros já estão sentindo na pele os efeitos, mais os deputados e setores privilegiados da sociedade, estão mais preocupados com a queda da presidente do que com a situação do país. Todos nós sabemos que existem erros no governo, pois até o próprio governo e PT admitiram no último programa do partido.

As pessoas em geral, levadas pela mídia e pela oposição, defendem a saída da presidente, mas não pensa se será a solução. Não pensam em quem assumiria em seu lugar. Eu vejo claramente as características de um golpe. Pois o PSDB perdeu talvez a sua última chance de chegar ao poder. Pois perderam a eleição para uma candidata fraca politicamente e com o PT em seu pior momento. Já o PMDB, que sonha em assumir o comando do país, ver na queda de Dilma a única chance. E não vamos nos enganar, esse povo ou esses partidos, não estão preocupados com o povo, mas sim com o poder. O temor do PSBD é o PT terminar esse 4º mandado com uma aprovação regular e Lula voltar em 2018. Neste sentido e atual geração de políticos, não verão o PT fora do poder. E também o PMDB terá que se conformar em continuar sendo vice por mais alguns mandatos.

Na atual conjuntura política, vale aquele conhecido versículo, “Quem não tiver pecado, que atire a primeira pedra”. Pois vemos políticos que achávamos que eram sérios e honestos, envolvidos em esquemas de corrupção. Chega até ser irônico ver políticos como Cássio Cunha Lima (PSDB) defendendo o impeachment da presidente. Sabemos que Cunha, que colocou os trabalhos da câmara com a obsessão de tirar Dilma no pode. Ao ponto de votar as contas dos presidentes desde Itamar Franco, pra gente ver que quando é para interesse próprio, o congresso funciona. Más o objetivo é chegar às contas de Dilma. Além do mais, Cunha procura meios jurídicos para colocar em pauta o pedido de impeachment. Já o Sr. Aécio Neves (PSDB), que se apresenta como “salvador da pátria”, também foi citado por delatores e também já foi citados em outros esquemas de corrupção.

Então, não basta querer mudar o presidente, se as pessoas não mudarem. A corrupção, a ganância e a obsessão pelo poder estão impregnadas em todos os setores da sociedade, e as pessoas só pensam em levar vantagens. E quem reclama é porque ainda não está sendo beneficiado.

| Marciel Aquino |