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O PSB e o fim da hegemonia em Pernambuco

Foto: Central PSB/PE | Assessoria
A traumática perda do ex-governador Eduardo Campos (PSB) é um desses eventos que provoca efeitos em ondas. Porque vão se desdobrando em consequências diferentes, todas em torno de uma só questão: o fim da hegemonia.

Não é que o PSB tenha sido hegemônico. Afinal, mesmo quando Eduardo estava à frente do partido, o resultado do prefeito Geraldo Julio nas urnas, em 2012, foi de 51,15%. A hegemonia que desapareceu foi a de Eduardo, que resolvia os ruídos e unia o PSB. A que emanava de sua liderança.

Mesmo quando ia em frente com suas decisões, Eduardo ouvia e negociava, como no processo de escolha do seu sucessor, o que levou ao governador Paulo Câmara. Sem Eduardo, o PSB começou a exteriorizar conflitos internos, com episódios que se sucedem como ondas.

Logo após a morte de Eduardo, por exemplo, Geraldo chamou para si o protagonismo da Frente Popular, gesto que já na época gerou ruídos em seu partido.

Em fevereiro deste ano, nas eleições da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, os socialistas deixaram de lançar o deputado Waldemar Borges (PSB) à presidência da Casa e Guilherme Uchoa (PDT) conseguiu impor o próprio nome. Então o Palácio do Campo das Princesas resolveu indicar Lula Cabral, ex-prefeito do Cabo de Santo Agostinho, para o cargo de primeiro-secretário da Casa, uma articulação do secretário da Casa Civil, Antônio Figueira. E quem levou foi outro socialista, o deputado Diogo Moraes.

Novos efeitos continuam, como a perda de força do PSB de Pernambuco para São Paulo, ruídos entre socialistas na equipe de Paulo Câmara e interrogações quanto ao futuro da Frente Popular – dúvidas que pairam no partido e em outras siglas. Ainda sem nomes claros na disputa de 2016, os maiores adversários ou aliados de Geraldo Julio, neste momento, são a própria gestão, o PSB e ele mesmo.

Por: Giovanni Sandes

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