
Foto: Divulgação/Agência Brasil
Comissão terá 120 dias para elaborar diagnóstico nacional sobre facções criminosas e milícias
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado foi oficialmente instalada nesta terça-feira (4) no Senado Federal. Em sua primeira reunião, o colegiado aprovou uma série de convites para ministros de Estado, governadores e especialistas em segurança pública, além de requerimentos para a obtenção de informações junto a órgãos federais.
Os pedidos foram apresentados pelo relator da CPI, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), que solicitou que os ministros Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública) e José Múcio Monteiro (Defesa) compareçam à comissão, juntamente com o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Luiz Corrêa, entre outros representantes da área de segurança do governo federal.
A CPI terá um prazo de 120 dias para produzir um diagnóstico detalhado sobre o crime organizado no Brasil e propor medidas legislativas e administrativas voltadas ao combate de facções criminosas e milícias.
Também foi aprovado um requerimento de urgência para acelerar na Câmara dos Deputados a tramitação de projetos sobre segurança pública já aprovados no Senado.
Governadores e estados convidados
O relator propôs ainda o convite a 11 governadores e seus respectivos secretários de Segurança, selecionados com base nos indicadores nacionais de violência. Foram incluídos representantes de estados classificados como menos seguros, Amapá, Bahia, Pernambuco, Ceará e Alagoas — e de estados considerados mais seguros, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e Distrito Federal.
Rio de Janeiro e São Paulo também foram incluídos, por serem as bases originais das principais facções criminosas do país, conforme justificou Alessandro Vieira.
Especialistas e jornalistas investigativos
A CPI aprovou ainda convites para especialistas em segurança pública e profissionais de comunicação com atuação reconhecida na cobertura de temas relacionados ao crime organizado. Entre os nomes citados estão o promotor Lincoln Gakiya, do Ministério Público de São Paulo; Renato Sérgio de Lima, diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública; e os pesquisadores Joana da Costa Martins Monteiro e Leandro Piquet Carneiro.
Na área da imprensa, foram convidados os jornalistas Josmar Jozino (UOL), Rafael Soares (O Globo), Cecília Olliveira (Instituto Fogo Cruzado), Bruno Paes Manso (USP), Allan de Abreu (Revista Piauí) e Rodrigo Pimentel, ex-oficial do Bope e consultor em segurança pública.
Solicitação de informações
Por fim, o relator apresentou requerimentos aos ministérios da Justiça e da Defesa solicitando relatórios de inteligência sobre facções criminosas, milícias e controle de armas.
“Nós falamos aqui várias vezes, ao longo dos últimos sete anos, da dificuldade que nós temos para identificar e rastrear armas de fogo e munições no Brasil”, destacou Alessandro Vieira, ao justificar os pedidos de informação.
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