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Foto: Divulgação/Redes Sociais |
A Justiça Eleitoral de Pesqueira, no Agreste de Pernambuco, cassou os mandatos do prefeito Marcos Luidson de Araújo, conhecido como Cacique Marcos (Republicanos), e da vice-prefeita Cilene Martins de Lima. Ambos foram eleitos nas eleições de 2024 e tiveram seus diplomas anulados por decisão do juiz Rodrigo Flávio Alves de Oliveira. O prefeito foi ainda declarado inelegível por oito anos. Embora também cassada, a vice-prefeita não teve a inelegibilidade decretada.
A decisão judicial teve como base uma denúncia apresentada pelo ex-prefeito de Lajedo e ex-candidato à Prefeitura de Pesqueira, Rossine Blesmany Santos Cordeiro, conhecido como Delegado Rossine. Ele acusou os gestores eleitos de abuso de poder político e econômico, após um comício realizado no distrito de Mutuca, em 29 de setembro de 2024. Na ocasião, Cacique Marcos prometeu asfaltar a principal avenida do bairro Baixa Grande, afirmando que a obra teria início ainda naquela semana.
De fato, os trabalhos começaram em 5 de outubro, véspera da eleição, e foram interrompidos logo após o pleito, no dia 7. A pavimentação permanece inacabada até hoje. Para o magistrado, a cronologia dos fatos evidencia “desvio de finalidade” e uso da máquina pública com objetivos eleitorais.
A sentença considerou que a intervenção impactou diretamente no resultado das eleições, vencidas por uma margem de apenas 882 votos. A defesa alegou que o trecho asfaltado pertencia à rodovia estadual PE-197. No entanto, documentos do Departamento de Estradas de Rodagem de Pernambuco (DER-PE) confirmaram que a área era de responsabilidade do município, que executou a obra em convênio com a Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba).
Apesar de não ter participado diretamente da ação, a vice-prefeita Cilene Martins foi beneficiada politicamente pela iniciativa. Por essa razão, também teve seu diploma cassado, mas foi poupada da sanção de inelegibilidade, em virtude da ausência de comprovação de envolvimento direto.
Em outra decisão, o mesmo juiz declarou inelegível, também por oito anos, o ex-prefeito Rossine, adversário político do grupo governista. Segundo as investigações, ele teria estruturado uma rede de desinformação com o objetivo de influenciar o pleito municipal.
Ambas as decisões são passíveis de recurso junto ao Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE).
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