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Foto: Divulgação |
Caso a denúncia seja aceita, os acusados responderão a uma ação penal, que poderá resultar em condenação ou absolvição.
A denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em fevereiro deste ano aponta um núcleo central, composto pelos seguintes oito investigados:
- Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
- Walter Braga Netto, general e ex-ministro da Defesa, além de ex-candidato a vice na chapa de Bolsonaro em 2022;
- General Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
- Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal;
- Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
- Paulo Sérgio Nogueira, general e ex-ministro da Defesa;
- Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator no caso.
O julgamento:
A sessão será conduzida pelo presidente da Primeira Turma, ministro Cristiano Zanin, e seguirá o seguinte rito:
- Abertura da sessão pelo ministro Cristiano Zanin;
- Leitura do relatório da denúncia pelo relator Alexandre de Moraes;
- Sustentação oral da PGR, com tempo de 30 minutos para apresentar argumentos contra os acusados;
- Defesas dos denunciados, cada advogado terá até 15 minutos para manifestação;
- Voto do relator, iniciando pela análise de questões preliminares, como pedidos de nulidade apresentados pelas defesas;
- Votação dos demais ministros sobre as questões preliminares;
- Análise do mérito, com Moraes votando sobre a aceitação da denúncia;
- Votos dos demais ministros da Primeira Turma;
- Encerramento da sessão.
Caso a análise não seja concluída nesta terça-feira, a turma reservou sessão na quarta-feira (25) para dar continuidade ao julgamento.
Acusações e crimes imputados:
A denúncia da PGR afirma que Bolsonaro liderou uma organização criminosa que atuou entre julho de 2021 e janeiro de 2023 para atentar contra a ordem democrática. A acusação aponta que o grupo teria planejado um golpe de Estado, incluindo a tentativa de assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes.
A PGR listou cinco crimes atribuídos aos acusados, cujas penas somadas podem ultrapassar 30 anos de prisão:
- Organização criminosa armada (3 a 8 anos de prisão);
- Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito (4 a 8 anos);
- Golpe de Estado (4 a 12 anos);
- Dano qualificado pela violência e grave ameaça (6 meses a 3 anos);
- Deterioração de patrimônio tombado (1 a 3 anos).
Defesa contesta denúncia:
Antes do julgamento, a defesa de Bolsonaro apresentou ao STF pedidos para anular a delação premiada de Mauro Cid, afastar os ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin e Flávio Dino do julgamento, além de solicitar que o caso fosse analisado pelo plenário completo do STF, e não apenas pela Primeira Turma.
Próximos passos:
O julgamento desta semana envolve apenas o primeiro grupo de denunciados. Nas próximas semanas, o STF deve decidir se outros 26 acusados – pertencentes aos núcleos 2, 3 e 4 da denúncia – também se tornarão réus. O desmembramento foi feito pela PGR para facilitar a tramitação do caso.
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