Fonte: Agência Brasil |
Ruptura com o Paraguai:
O Ministério das Relações Exteriores da Venezuela classificou a posição de Peña como uma violação do princípio de não intervenção nos assuntos internos de outros países. O governo paraguaio, em nota oficial, reiterou seu apoio a González e exigiu a retirada do embaixador venezuelano em 48 horas.
“É lamentável que governos como o do Paraguai continuem subordinando sua política externa aos interesses de potências estrangeiras”, afirmou Caracas.
Acusações contra a Argentina:
O presidente Nicolás Maduro também acusou o governo argentino de estar por trás de planos para desestabilizar a Venezuela, incluindo uma suposta tentativa de assassinato da vice-presidente Delcy Rodríguez. Maduro declarou que serviços de inteligência capturaram 125 mercenários de 25 nacionalidades, que teriam ligação com ações terroristas no país.
O governo argentino, liderado por Javier Milei, não respondeu às acusações até o momento. Milei tem sido um crítico ferrenho do governo Maduro e recebeu Edmundo González em Buenos Aires no último sábado (4), reforçando seu apoio à oposição venezuelana.
Apoio dos Estados Unidos e Contestações Eleitorais:
Nos Estados Unidos, o presidente Joe Biden reafirmou o reconhecimento de González como “presidente eleito” da Venezuela e defendeu uma “transferência pacífica de poder”. A chancelaria venezuelana repudiou a postura dos EUA, acusando Biden de apoiar um “projeto violento”.
González, exilado na Espanha, tem mobilizado apoio internacional contra Maduro. Ele prometeu retornar ao país antes da posse presidencial, marcada para sexta-feira (10), e convocou protestos em Caracas para quinta-feira (9). O governo Maduro, por sua vez, afirmou que prenderá González caso ele retorne.
Divisão Internacional:
Enquanto México, Colômbia e Brasil confirmaram presença na posse de Maduro, países como os Estados Unidos e integrantes da União Europeia questionam a legitimidade do processo eleitoral, apontando irregularidades como a falta de auditorias e a ausência de divulgação detalhada dos resultados.
Segundo Caracas, mais de dois mil convidados internacionais já estão no país para acompanhar a cerimônia de posse, representando governos, movimentos sociais e culturais.
Contexto:
A eleição presidencial de 2024 desencadeou uma grave crise política na Venezuela, com protestos que resultaram em dezenas de mortes e milhares de prisões. Embora o governo sustente a validade do pleito, apoiada por instituições nacionais como o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), a oposição e parte da comunidade internacional continuam a contestar os resultados.