A circulação do sorotipo 3 está mais concentrada em estados como São Paulo, Minas Gerais, Amapá e Paraná, e preocupa os médicos devido à falta de imunidade da população contra essa cepa, já que a maioria das pessoas nunca foi exposta a ela. O infectologista Antônio Bandeira, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), alerta que a falta de imunidade pode resultar em surtos de grandes proporções a qualquer momento.
Com o aumento dos casos de dengue, 2024 é um dos anos mais críticos para a doença, com mais de 6,4 milhões de casos registrados e 5.972 mortes confirmadas. O número de óbitos continua em investigação, com 908 mortes ainda sob análise. O verão, com suas altas temperaturas e volumes elevados de chuva, é conhecido por ser o período com maior incidência de dengue, o que intensifica os riscos para a população.
Imunidade e riscos de infecção Ao ser infectada pelo vírus da dengue, a pessoa desenvolve imunidade permanente contra o sorotipo que causou a doença. No entanto, a imunidade contra os outros sorotipos é temporária, durando entre seis a oito meses. Após esse período, o risco de infecção por outro sorotipo se torna possível, e a segunda infecção é associada a um risco maior de evolução para a forma grave da doença.
De acordo com o infectologista André Bon, da rede Dasa, a imunidade parcial pode ser uma proteção temporária contra outras infecções nos primeiros meses após a doença, mas com o passar do tempo, o risco de nova infecção e complicações aumenta, especialmente em casos de segunda infecção.
Sintomas da dengue Independentemente do sorotipo, os sintomas da dengue são semelhantes e incluem febre alta (39°C a 40°C), dor de cabeça intensa, prostração, dores musculares e articulares, além de dor atrás dos olhos.
A orientação é que, em caso de suspeita de dengue, a pessoa procure atendimento médico imediatamente para diagnóstico e acompanhamento adequado, prevenindo complicações graves.