Durante os 17 dias do maior, melhor e mais intenso festival de cultura e arte integradas da América Latina, o Governo de Pernambuco estima que cerca de 1,4 milhão de pessoas circularam pela cidade. Mais de 850 artistas e grupos foram contratados, sendo mais 90% do Estado
A 30ª edição do Festival de Inverno de Garanhuns (FIG 2022) fez a arte e a cultura pulsarem por toda a cidade num grande reencontro do público com o festival. Nos 25 polos montados este ano, mais de 850 contratações artísticas – envolvendo um universo de milhares de artistas e grupos majoritariamente pernambucanos – mostraram que mesmo com dois anos de pandemia, a produção artística pernambucana permanece viva, ativa e pulsante. Nem as noites de temperatura média de 15ºC e alguns episódios de chuva fizeram o público abandonar os espaços de música, cultura popular, artes visuais, cinema, gastronomia, moda, artesanato, teatro, circo, dança e fotografia.
Promovido pelo Governo de Pernambuco, por meio da Secretaria Estadual de Cultura (Secult-PE) e Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), em parceria com a Prefeitura de Garanhuns, o FIG 2022 deu a largada com a programação no Palco Mestre Dominguinhos, polo com a maior concentração de público e que teve a esplanada lotada em vários dias. Segundo a organização, a média diária de plateia foi na casa dos 45 mil pessoas. Durante os 17 dias do maior, melhor e mais intenso festival de cultura e arte da América Latina, a organização estima que em torno de 1,4 milhão de pessoas circularam pela cidade, o recorde de público do festival.
Em polos como a Lona de Circo Índia Morena, Praça da Palavra, Armazém das Artes e Negócios, Polo Estação, Centro de Produção Cultural, Tecnologia e Negócios (CPC/Sesc) e Galeria Casa Galpão houve lotação de público em diversas sessões. O 30º FIG termina consagrado como o mais importante evento do calendário artístico e cultural de Pernambuco.
“Tivemos um FIG exitoso, de excelente qualidade artística e técnica, e que queremos melhorar ainda mais para o próximo ano. Foram 17 dias de circulação e produção artística, troca de saberes e formação cultural. São essas características que tornam o festival único em seu conceito. Mesmo o público que vem só para curtir as atrações nacionais, para brincar, termina aprendendo e levando consigo um aprendizado muito maior, que reverbera e contribui para que ele passe a ouvir, ler, assistir e ser plateia para outras produções culturais, seja produzida em Pernambuco, seja de qualquer lugar do mundo. A programação do FIG contribui para uma compreensão maior sobre a formação da identidade do nosso povo”, destaca Oscar Barreto, secretário de Cultura de Pernambuco.
“O FIG deste ano o melhor dos últimos tempos. O próprio público, incluindo os artistas contratados, reconheceu a qualidade artísticas das atrações, e uma prova disso foi a lotação em vários polos de atração, da rede hoteleira e das ruas, com restaurantes cheios e forte movimento do comércio. Tivemos ainda uma ampla cobertura da imprensa, inclusive a nacional, fazendo da 30ª edição do festival um evento de paz e celebração da cultura e arte”, destacou o presidente da Fundarpe, Severino Pessoa.
“Com muito orgulho estamos encerrando a maior, melhor e mais intensa edição do Festival de Inverno de Garanhuns, que em 2022 celebrou os 30 anos deste grandioso evento. Também foi o primeiro ano com a participação da nossa gestão, que junto ao Governo do Estado, fez com que o FIG se tornasse ainda maior do que já era, movimentando a cultura, o turismo e a economia da nossa cidade e de Pernambuco. O nosso sentimento é de gratidão a população de Garanhuns, a todos que passaram por aqui durante estes 17 dias, e também aos profissionais que, mesmo nos bastidores, trabalharam para que o evento fosse um sucesso. Aqui ressalto ainda a participação importante dos órgãos de segurança nesta edição; Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Polícia Civil e AMSTT. Ficou claro que para que o evento cresça a Prefeitura precisa ser parceira, e ao lado do Governo do Estado, com o apoio total do governador Paulo Câmara e do secretário de Cultura Oscar Barreto, conseguimos uma ampliação no número de dias do festival. Estamos encerrando por este ano, mas juntos, unidos e de mãos dadas, vamos construir em 2023 uma edição ainda maior, melhor e mais intensa deste que é o maior evento cultural do Brasil. Viva o FIG!”, destaca o prefeito de Garanhuns, Sivaldo Albino.
Este ano, o FIG também contou com os apoios da Secretaria de Turismo e Lazer de Pernambuco (Setur-PE), por meio da Empetur, Companhia Editora de Pernambuco (Cepe) e Agência de Desenvolvimento de Pernambuco (Adepe) e Moda Autoral de Pernambuco (Mape), Conservatório Pernambucano de Música, além da parceria com Sesc-PE e Sebrae-PE.
Além dos parceiros e apoios, mais de uma dezena secretarias e órgãos estaduais estão envolvidos, como as Secretarias de Defesa Social, Saúde, Educação e Desenvolvimento Social, Criança e Juventude; Política de Prevenção às Drogas, Turismo, Mulher, Desenvolvimento Urbano e Habitação, Infraestrutura e Recursos Hídricos; Meio Ambiente e Sustentabilidade; Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Polícia Civil, DER, Detran e Polícia Científica.
Como novidade este ano, foram oferecidas programações especiais e ações descentralizadas nos distritos de Iratama, Miracica e São Pedro, em Garanhuns, além da volta do Polo Castainho, no Quilombo Castainho (Zona Rural do município). Outro local que teve destaque na 30ª edição do FIG foi o CPC/Sesc, espaço recém-inaugurado no município que foi palco de uma série de atrações das linguagens de teatro, dança, gastronomia e audiovisual, assim como ações de formação e a Plataforma FIG.
FORMAÇÃO – Em 2022, o FIG resgatou seu perfil formador, seu compromisso com a produção do conhecimento e com o papel transformador da cultura na vida das pessoas. Na sua 30ª edição, o Governo de Pernambuco em parceria com o Sesc-PE, a UFAP, Aesga – Casa dos Saberes, a Funase, o Quilombo de Castainho e coletivos indígenas, promoveu seminários, rodas de diálogo, palestras e exposições. Alguns exemplos de oficinas a serem oferecidas são sobre grafite e pintura; montagem de brinquedos; de break e dança de rua; restauro de roupas; seleção de modelos; culinária pernambucana; rimas e métricas; acrobacia; fotojornalismo para eventos; contação de histórias; técnica de palco e som; elaboração de projetos culturais e criação de podcasts.
“Nessa 30ª edição, o Festival de Inverno de Garanhuns retomou sua função social de construir e desenvolver conhecimento por meios de uma programação de oficinas. E, para isso, contamos com importantes parcerias como o Sesc-PE, a Universidade Federal do Agreste de Pernambuco (Ufape), Autarquia do Ensino Superior de Garanhuns (Aesga) – Casa dos Saberes, a Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase), o Quilombo de Castainho, Espaço da Moda – Sebrae/Mape/Adepe e coletivos indígenas, que juntos também promoverão seminários, rodas de diálogo e palestras durante todo o FIG”, destaca Júnior Afro, vice-presidente da Fundarpe.
PLATAFORMA – A programação na Plataforma FIG, espaço de circulação da produção cultural pernambucana em conexão com outros territórios e novos mercados de negócios, também mereceu destaque. Este ano, a Plataforma FIG contou com uma série de workshops de produção artística e direitos autorais e as mesas de discussão: Do mangue ao meta (verso); Do off-line para o digital – a transição da comunicação e religando os sons – festivais de música: a retomada. As ações contaram com a participação de artistas, jornalistas, articuladores culturais e representantes de festivais de diferentes pontos do Brasil.
CULTURA POPULAR – Começando no dia 22 e seguindo até o 31 de julho, último dia do FIG2022, a programação do Polo de Cultura Popular veio com destaques como os Patrimônios Vivos de Pernambuco Mestre Galo Preto, a Troça Cariri Olindense, Clube Elefante de Olinda e Sociedade dos Bacamarteiros do Cabo. Ao todo, 80 atrações das mais diversas expressões da Cultura Popular subiram no palco localizado no Centro Comercial de Garanhuns.
HOMENAGEADOS – Seguindo a tradição de homenagear grandes nomes da cultura pernambucana e nacional, o 30º Festival de Inverno de Garanhuns prestou uma série de tributos a artistas e movimentos culturais importantes. Dentre eles, os 30 anos do Movimento Manguebeat; Banda de Pífanos Folclore Verde do Castainho; o bailarino e Patrimônio Vivo do Estado André Madureira; a atriz Geninha da Rosa Borges, o fundador do Boi da Macuca, Zé da Macuca, os músicos Henrique Annes, Guitinho da Xambá e Paulo Rafael, falecidos recentemente; e a Patrimônio Vivo do Estado Índia Morena, que teve seu nome estampado na lona de circo do FIG. Já a Praça da Palavra, espaço literário do FIG, recebeu o nome da escritora mineira Maria Carolina de Jesus, autora responsável pela célebre obra “Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada”, publicado em 1960.
TURISMO – Com uma movimentada programação cultural, o Festival de Inverno de Garanhuns (FIG) atraiu um dos maiores públicos em seus 30 anos de história. O evento movimentou toda a cadeia produtiva do turismo da região no Agreste pernambucano. De acordo com levantamento da Unidade de Pesquisa da Secretaria de Turismo e Lazer e a Empetur, o maior FIG de todos os tempos gerou uma receita turística total de R$ 24 milhões, sendo R$ 16 milhões proveniente de gastos dos turistas e R$ 8 milhões de gastos dos excursionistas.
O fluxo total de visitantes, incluindo turistas (dormem no destino) e excursionistas (fazem o famoso bate-volta), foi de 42.190, com destaque para o percentual de turistas (87%), enquanto excursionistas (13%). Já no consolidado da hotelaria, o município registrou uma ocupação de 87% nos 4.890 leitos com uma permanência média de dois dias nos meios de hospedagem e quatro dias para aqueles que ficam em casa de parentes e amigos ou apartamentos/casas de aluguel.
O gasto médio individual diário foi R$ 117,20 e 99% dos entrevistados pensam em voltar e recomendariam o FIG. A avaliação geral do FIG foi considerada ótima para 94% e a do município também foi extremamente positiva para 97% dos entrevistados.
O pernambucano aproveitou o evento seja para passar um final de semana diferente ou curtir as férias de julho. Isso porque 78,11% dos visitantes são de Pernambuco. Fora do Estado, foram registrados grupos de Alagoas, São Paulo, Paraíba e Sergipe.
O público do FIG também se renova, uma vez que aproximadamente 40% esteve pela primeira no festival. Para 58% dos visitantes, o FIG foi o principal motivo de viagem. O principal meio de hospedagem utilizado foi casa de parentes e amigos (61%), seguido de hotel (19%) e casa ou apartamento de aluguel (10%). Automóvel foi o principal meio de transporte utilizado para chegar em Garanhuns (84,77%).
A Pesquisa do Perfil dos Visitantes e o Perfil Socioeconômico do FIG foi realizada nos dois primeiros finais de semana do evento, nos dias 15 a 17 e 22 a 24 de julho. Já os indicadores de desempenho da hotelaria foram contabilizados para reservas nos três finais de semana do festival.
“Uma marca desta edição é a diversidade. A possibilidade que o Governo de Pernambuco dá ao público de poder assistir espetáculos nas mais diversas linguagens é o que mais me emociona e me impulsiona a coordenar este festival, porque acredito muito na força transformadora da cultura. A força do FIG está não apenas no entretenimento que promove – shows, concertos, espetáculos, exposições, capacitações, seminários e encontros diversos -, mas também no fato de ser uma vitrine do que de mais atual está sendo produzido pelos artistas nacionais, das mais variadas linguagens da arte. E a força que o FIG tem enquanto impulsionador da cultura, da economia da cultura e para trabalhar o olhar do público”, avalia André Brasileiro, curador e coordenador-geral do FIG 2022.