Compro, logo existo. A felicidade em questão

Todos os dias somos bombardeados por uma centena de mensagens, sugerindo que uma vida boa e feliz só pode ser alcançada a medida que seu poder de compra aumenta e você consegue adquirir coisas (bens materiais). Os noticiários, as caixas de mensagens nos e-mails e as redes sociais na internet tem possibilitado uma publicidade cada vez mais forte, causando estímulos que afetam diretamente o ser humano.

Estes estímulos tem provocado um grande impacto na psique das pessoas, encorajando-as a organizar suas vidas em torno de salários mais altos e possuir mais coisas do que necessitam, isso tudo para obter um nível de realização e de felicidade que tem se tornado cada vez mais altos e distantes da realidade, gerando frustração e decepção nas pessoas.

Todo este fenômeno do consumismo, associado ao status de felicidade, tem sido reforçado pelas redes sociais que vem se transformando em um espaço de comunicar ao mundo uma vida que não temos através de publicações de fotos de coisas, lugares e até mesmo pratos de comida. Tudo em nome de mostrar uma felicidade que existe de forma perfeita e intensa no mundo virtual.

Convido você a refletir que a busca da felicidade e de status, através do poder de compra, tem causado um grande impacto no bem estar das pessoas e gerado grandes prejuízos ao planeta, pois tudo aquilo que descartamos e não consideramos mais válido, num pequeno período de tempo, fica guardado ou é transformado em lixo. Exemplo: Celulares Smartphones, sempre tem um mais moderno a ser comprado, ficando em algum lugar do planeta o acúmulo daquilo que não nos é mais satisfatório.

Outro fator relevante é que, pesquisas têm mostrado que quanto mais as pessoas se tornam materialistas, mais baixa é sua felicidade e sua satisfação pessoal. Depressão, ansiedade e abuso de drogas e substâncias tendem a ser mais altos entre pessoas que vivem para cumprir as exigências do materialismo e do status quo da “ostentação”. Precisamos comprar? Sim, sentimos necessidades legítimas, mas não podemos transformar “lojas em farmácias”. Está deprimido, Compra! O alívio e a sensação de bem estar ao comprar algo idealizado acontecem na mesma velocidade da perca do interesse por este, muitas vezes não dá tempo nem usufruir. Quem nunca comprou algo e se arrependeu no mesmo momento que saiu da loja?

As necessidades humanas da nossa existência estão sempre para além daquilo que podemos ter, pois a medida que temos, sentimos uma nova falta. A felicidade encontra-se no prazer de poder buscá-la. Valorize pessoas, humanize-se através de vínculos saudáveis, e descubra-se enquanto ser de desejo e sentimentos.

Por: Jeysiel Marcos