Eleições 2016, com ou sem emoção?

Apuração de eleição em cédulas de papel - Imagem ilustrativa (Arquivo Nacional)

A notícia de que devido aos cortes no orçamento promovido pelo Governo à Justiça Eleitoral, poderemos retroceder e ter eleições em 2016 com voto em cédula de papel pegou todo mundo de surpresa. Sabemos que é preciso cortar gastos, más precisamos de coerência nesses cortes. Sabemos que existem vários segmentos de onde poderemos tirar. 

Esse retrocesso começou quando os deputados votaram na reforma política o voto impresso, que além de desnecessário aumentaria os gastos com as eleições. A presidenta Dilma ainda vetou a proposta, mas foi derrotada pelo Congresso. Essa proposta deu margem para que chegássemos ao voto de papel.

Após o anúncio dos cortes, o Presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o ministro Dias Toffoli criticou nesta terça-feira (1º) o corte orçamentário imposto pelo governo à Justiça Eleitoral e afirmou que o recurso necessário para a realização das eleições municipais de 2016 com voto eletrônico é muito menor do que a verba destinada ao fundo partidária. O fundo é usado para manter a infra-estruturar das siglas e para vitaminar campanhas eleitorais. Neste ano, as siglas vão receber mais de R$ 800 milhões.

Toffoli afirmou ainda que está confiante de que a medida será revertida. Ele disse acreditar que o Ministério do Planejamento, Tesouro nacional e a Presidência irão disponibilizar recursos necessários para a continuidade das urnas e das eleições.

Fica difícil acreditar que depois de tanto tempo da existência do voto eletrônico e que estamos pagando para que seja realizado o recadastramento biométrico, possamos voltar ao passado, com aquela demora para se votar e ainda mais para fazer a apuração.

Porém caso seja mantida a votação em cédula, teremos a volta da emoção na contagem dos votos, urna a urna. Bem como a ansiedade pelo resultado que já saia em pouco mais de uma hora após o encerramento. Já com o voto em papel, só saberemos o vencedor no dia seguinte, sendo que para vereadores a tendência é demorar ainda mais, deixando os candidatos e eleitores mais apreensivos.

| Por: Marciel Aquino |