As mortes recentes do deputado estadual Manoel Santos e do ex-deputado federal Pedro Eugênio, ambos emblemáticas lideranças petistas, na semana passada, agravaram um quadro de crise pela qual passa o Partido dos Trabalhadores no Brasil e, particularmente, em Pernambuco. Com o falecimento de Santos, que ocupava o cargo de líder da legenda na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), o PT fica com apenas dois deputados na casa legislativa: Teresa Leitão e Odacy Amorim. No plano federal, a bancada pernambucana conta hoje, apenas com um senador, Humberto Costa. Não há nenhum deputado federal. Para se ter uma ideia do que estes números representam, a título de comparação, na eleição de 2010, o PT tinha elegido cinco deputados estaduais e quatro – dos 25 – deputados federais, entre os quais o próprio Pedro Eugênio. Além da questão quantitativa, uma série de conflitos internos no plano local e os reflexos do desgaste da gestão nacional, são hoje, fatores que provocam dúvidas, entre os correligionários: se o partido voltará, ou não, a ocupar uma posição de protagonista na cena política pernambucana.
De acordo com o cientista político Tulio Velho Barreto, dois momentos marcam a ascensão e a queda do PT no Estado. O primeiro remete à derrota do falecido governador Miguel Arraes (PSB), para o atual deputado federal Jarbas Vasconcelos (PMDB) na disputa para o Governo do Estado em 1998. O segundo atrela-se à desavença entre os ex-prefeitos do Recife, João Paulo (PT) e João da Costa (PT), passando pela derrota da candidatura de Humberto Costa na disputa pelo Governo do Estado, em 2006.
Fontes ligadas a correntes minoritárias do PT estadual, indicam que existe, hoje, uma insatisfação com a consolidação de lideranças pernambucanas, ocorrida durante o período em que houve uma convergência entre a gestão do PT no Recife e o período de Lula na Presidência da República. De acordo com um dissidente da corrente Construindo um Novo Brasil em Pernambuco, que pediu para não ter o nome revelado, o partido errou ao não criar novas alternativas eleitorais. “O PT de Pernambuco se renova da pior forma possível. Foram anos e anos de João Paulo e Humberto Costa. A média de idade das principais lideranças do Estado e Capital, é de mais de 50 anos. Toda eleição, nos últimos 15 anos, ou era Humberto ou era João Paulo. Uma das razões da saída do ex-deputado Maurício Rands, agora no PSB, foi a falta de espaço no PT. O que resta ao PT? Pintar os cabelos brancos e esconder a pança”, declarou.
Apesar de discordar das declarações do correligionário, Humberto Costa reconheceu que não houve renovação do PT nas últimas eleições.
De acordo com o cientista político Tulio Velho Barreto, dois momentos marcam a ascensão e a queda do PT no Estado. O primeiro remete à derrota do falecido governador Miguel Arraes (PSB), para o atual deputado federal Jarbas Vasconcelos (PMDB) na disputa para o Governo do Estado em 1998. O segundo atrela-se à desavença entre os ex-prefeitos do Recife, João Paulo (PT) e João da Costa (PT), passando pela derrota da candidatura de Humberto Costa na disputa pelo Governo do Estado, em 2006.
“O PT pernambucano se beneficiou muito da derrota de Miguel Arraes, em 1998. Isso deu oportunidade para a legenda tomar o espaço do PSB no campo da esquerda. Miguel Arraes foi para o limbo naquele período e muitos quadros do PSB migraram para o PMDB. No ano de 2000, aproveitando-se desse fortalecimento, o PT disputou a Prefeitura do Recife com João Paulo, que não era o favorito, e ganhou por um triz. Este foi um período de inflexão do PT local que, de certo modo, antecipou a eleição do presidente Lula em 2002. Em 2006, o PT não conseguiu traduzir sua força no Recife em hegemonia estadual e Eduardo Campos (PSB) tomou o espaço que poderia ser de Humberto Costa. O PSB renasceu das cinzas. Nesse intervalo, também teve a cisão entre João Paulo e João da Costa, que permitiu que o PSB ampliasse seu espaço para a Prefeitura do Recife. O que vem acontecendo atualmente foi consequência desta trajetória”, comentou.
Fontes ligadas a correntes minoritárias do PT estadual, indicam que existe, hoje, uma insatisfação com a consolidação de lideranças pernambucanas, ocorrida durante o período em que houve uma convergência entre a gestão do PT no Recife e o período de Lula na Presidência da República. De acordo com um dissidente da corrente Construindo um Novo Brasil em Pernambuco, que pediu para não ter o nome revelado, o partido errou ao não criar novas alternativas eleitorais. “O PT de Pernambuco se renova da pior forma possível. Foram anos e anos de João Paulo e Humberto Costa. A média de idade das principais lideranças do Estado e Capital, é de mais de 50 anos. Toda eleição, nos últimos 15 anos, ou era Humberto ou era João Paulo. Uma das razões da saída do ex-deputado Maurício Rands, agora no PSB, foi a falta de espaço no PT. O que resta ao PT? Pintar os cabelos brancos e esconder a pança”, declarou.
Apesar de discordar das declarações do correligionário, Humberto Costa reconheceu que não houve renovação do PT nas últimas eleições.
“Dizer que o PT está ficando velho é uma avaliação desprovida de qualquer visão mais politizada. O PT não tem se renovado, isto é um fato, mas não se deve menosprezar as lideranças mais velhas. Acho que o partido poderia ter se renovado mais. Houve uma tentativa com João da Costa”, afirmou, sem emitir, no entanto, uma opinião detalhada sobre o “insucesso” da iniciativa.
Da: Folha de Pernambuco/Postado por: Jean Pierre