Nutrição e Saúde Integral: ''O lado bom do chocolate''

Imagens ilustrativas

Trazemos neste feriado, onde o chocolate é tão consumido e venerado pelo comércio, algumas informações benéficas comprovadas para sua informação e saúde. E é óbvio que falando nele, devemos estudar diretamente o seu principal componente que é o cacau (Theobroma cacao L). E nem só de calorias o chocolate tradicional e fabricado no Brasil possui.

Existe um grupo de fitoquímicos presente no cacau e de suma importância, que é o grupo dos flavonóides. As sementes de cacau e seus derivados (como o chocolate amargo, o cacau em pó e a massa de cacau) são fontes alimentares ricas em flavonóides, por possuírem alto teor destes compostos nas sementes. Conforme algumas pesquisas já publicadas, como nos periódicos: Journal of Nutrition e Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, entre 2000 e 2007, os tais “flavonóides” podem agir como antioxidantes no organismo, auxiliando na diminuição do risco de doenças cardiovasculares, com redução da pressão sanguínea, diminuição da oxidação do LDL colesterol (ou colesterol ruim) e até evitando tipos de câncer. Porém deve-se observar que estes flavonóides do chocolate dependem do processo usado durante a industrialização do cacau e fabricação do chocolate final, tendo em vista que altas temperaturas podem “eliminar” tais substâncias e sua atuação em nosso organismo. 

Sabe-se também diante das pesquisas já publicadas, que outras substâncias benéficas são encontradas no cacau, como a teobromina (que é outro fitoquímico tem ação diurética, como também tem ação semelhante à cafeína, como estimulante do sistema nervoso central, do sistema respiratório e dos músculos cardíacos), alguns minerais (como manganês, potássio e magnésio) e algumas vitaminas (como as vitaminas do complexo B), além da presença de ácido oleico, “gordura boa” atuando no auxílio da redução de colesterol.

Salientamos, porém que os chocolates comumente vendidos e consumidos por todos os públicos são em sua maioria adicionados de várias substâncias e ingredientes nocivos e calóricos ao nosso organismo durante processo de fabricação. Por exemplo, citamos a presença de gorduras saturadas, quantidade elevada de açúcares, leite (chocolates brancos) e conservantes. Os chocolates dietéticos poderiam ser exemplos melhores, porém não estão muito longe desta lista negra, ainda mais para quem está em reeducação alimentar para perda de peso, cito aqui pesquisa publicada há alguns anos na Revista científica do Instituto Adolf Lutz, que de 30 marcas analisadas, sendo metade de chocolates dietéticos e metade de chocolates convencionais, concluiu-se que o valor calórico de chocolates dietéticos foi significativamente superior aos dos chocolates convencionais e o consumidor deve ser alertado para esse fato, pois estes alimentos não são adequados para as pessoas que estão sob “regime” de emagrecimento (chocolates “diets” por exemplo, que por vezes não possuem açúcar, mas possuem quantidades elevadas de calorias e outras substâncias como as gorduras e baixíssima quantidade do cacau original).

Quanto maior pureza e percentual de cacau no chocolate e menor presença de substâncias nocivas como as já citadas, melhores serão os possíveis benefícios relatados para saúde e menos calorias ingeridas. Com tudo exposto, atentem sempre para os rótulos, preferindo o chocolate mais amargo, preto e escuro (ao branco, com menor presença de leite), maior % de cacau e menor teor de açúcar. Todo tipo de chocolate deve ser consumido com moderação, lembrando que cada caso é um caso. Procure sempre a orientação de um profissional Nutricionista para melhores informações e devidas indicações. Tudo na vida deve ser feito com equilíbrio, a alimentação não foge dessa regra geral. Até o próximo artigo.

Helder Viegas

Nutricionista CRN6 10289

 Especialista em Nutrição Clínica e Ambulatorial

Atende na Clínica Sant’Anna, em Sta Cruz do Capibaribe (3731-4267)

Contato e dúvidas: helderviegas1@hotmail.com