Avanços tecnológicos e internet: facilidades ou riscos?

Estudos mostram que cada vez mais as pessoas estão sendo expostas a diversos perigos ao navegar na web.
É difícil acreditar, porém, quanto mais avançada a tecnologia, maiores as preocupações dos usuários que navegam na internet. Deveria ser ao contrário, devido às inúmeras facilidades que os novos modelos estão disposto a oferecer, mas não é isso que estamos acostumados a ver. Os hackers também acompanham de perto as evoluções dos sistemas de última geração e sempre aparecem com novos golpes na web.
A maior dor de cabeça se refere aos acessos a contas bancárias. No início de outubro, a empresa Fortinet, líder mundial em segurança de rede de alto desempenho, divulgou uma pesquisa nada animadora. O relatório expõe um aumento significativo no número de ataques de adwares no Android, além da detecção de uma nova evidência que indica que o sistema bancário móvel Zitmo (Zeus-in-the-Mobile) está evoluindo.
Estes tipos de aplicativos costumam solicitar muitos dados desnecessários e incluem pedidos de permissão para acessar partes do dispositivo que são irrelevantes para a aplicação. Isso quer dizer que o usuário deve tomar cada vez mais cuidado ao optar pelo acesso virtual quando o assunto em questão for o dinheiro.
Mas os problemas não ficam restritos aos aspectos financeiros e comerciais. O lado pessoal também pode ser afetado nas redes sociais, como nas páginas de Facebook e Twitter, por exemplo, que não estão imunes às invasões.
De uma hora pra outra, informações de cunho restrito podem ser alteradas, causando constrangimentos principalmente em crianças e adolescentes. Antes, a informação era privada, estava separada e repartida em formatos diferentes. Hoje, vários instrumentos permitem reunir, localizar, analisar e distribuir, muitas vezes com má intenção.
Em casos mais extremos, acontece o chamado cyberbullying, uma prática que envolve o uso de tecnologias de informação e comunicação para dar apoio a comportamentos deliberados, repetidos e hostis praticados por um indivíduo ou grupo com a intenção de prejudicar alguém.
O que às vezes pode parecer uma simples brincadeira acaba se tornando algo trágico, como no caso da jovem canadense Amanda Todd. Aos 15 anos, ela cometeu o suicídio no início de outubro depois de longos anos sofrendo cyberbullying.
No Brasil, o cyberbullying preocupa 16% dos jovens internautas. É o que mostra uma pesquisa realizada em fevereiro do ano passado envolvendo 2.160 internautas do país com idade entre 10 e 17 anos, realizada pela Safernet, ONG de defesa dos direitos humanos na internet.
Chegamos a um ponto em que toda informação é conhecida e difundida, e o que preocupa é a capacidade negativa das pessoas em manipular e modificar tais informações de maneira assustadora.
O que era para servir como uma ferramenta de auxilio e de conexão entre as pessoas do mundo, tornou-se de certa forma um meio obscuro, no qual pessoas se ofendem sem a menor preocupação. Do mesmo jeito em que a internet aproxima as pessoas, ela também as distancia e isso cria ataques com maior voracidade, pois não existe um enfrentamento pessoal. “A falta de contato físico cria uma coragem e um abuso maior nas provocações e agressões via internet. As pessoas perdem o controle, pois podem ser feito comentários de forma anônima. Pelo fato de estarem atrás da tela do computador, os indivíduos acabam por criar uma “proteção” para esse tipo de ataque”, diz a psicóloga Eliana Bess d’Alcantara.
A internet criou um novo padrão de comportamento para as pessoas. Segundo a psicóloga Eliana Bess d’Alcantara, o comportamento social das crianças foi o mais afetado, devido a exposição massiva de conteúdos violentos. Isso pode influenciar também no relacionamento entre as pessoas. “Devido a essa mudança, na qual as pessoas se relacionam mais pela web do que pessoalmente, o conteúdo apresentado na rede faz com que seja criada uma nova perspectiva de comportamento, e o que se faz na rede muitas vezes importa mais do que o que se faz na vida real”, acrescenta a especialista.
Porém, há usuários que se utilizam da internet como uma terapia, um lugar para deixar de lado a timidez, por exemplo. Cabe então às pessoas se perguntarem se não são elas que utilizam a internet de maneira prejudicial a si próprias. Mas, principalmente, é necessário ter muita cautela no mundo cibernético, no qual os navegadores devem tentar não se expor e nem publicar muitas informações pessoais e financeiras nos sites, redes sociais, entre outros.

 - Fonte: Ciência Tec.

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